
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmén Lúcia afirmou que a ditadura é igual a erva daninha. A fala foi durante um evento literário no Rio de Janeiro no último sábado (29/11). Segundo a ministra, é preciso cuidar e retirar a erva daninha para que ela não tome conta do ambiente. "A erva daninha da ditadura, quando não é cuidada e retirada, toma conta do ambiente. Ela surge do nada. Para a gente fazer florescer uma democracia na vida da gente, no espaço da gente, é preciso construir e trabalhar todo o dia por ela", disse.
A afirmação de Carmén Lúcia vem menos de uma semana depois de o STF declarar trânsito em julgado do processo do núcleo crucial da trama golpista, que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-militares e ex-integrantes do primeiro escalão do governo. "Por isso, digo que democracia é uma experiência de vida que se escolhe, que se constrói, que se elabora. E a vida com a democracia se faz todo dia. A gente luta por ela, a gente faz com que ela prevaleça", ressaltou.
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Ainda durante a fala, Carmén Lúcia relembrou os documentos do processo que falavam do plano Punhal Verde e Amarelo que consistia no assassinato do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro do STF Alexandre de Moraes. "Nesses julgamentos que estamos fazendo no curso deste ano, estava documentado em palavras a tentativa de 'neutralizar' alguns ministros do Supremo. E como eu falei em um dos votos, neutralizar não era harmonizar o rosto, para impedir que apareçam as rugas. Neutralizar é nem poder ter rugas, porque mata a pessoa antes, ainda jovem", afirmou.
A ministra também ressaltou que a vítima da ditadura é a Constituição e que caso o golpe tivesse dado certo, ela estaria presa e não haveria julgamento. "Primeira vítima de qualquer ditadura é a Constituição. Outro dia alguém me perguntava por que julgar uma tentativa de golpe, se foi apenas tentativa. Meu filho, se tivessem dado golpe, eu estava na prisão, não poderia nem estar aqui julgando", pontuou.
“Este não é um espaço próprio exclusivamente de debates da esfera política formal, oficial do Estado. Aqui é um espaço que permite que a sociedade se reúna, debata, reflita. E daqui podem sair propostas para que a gente pense que a democracia é um modelo de vida para todos nós", disse.
Carmén Lúcia também abordou a função da Suprema Corte como protetora da constituição. “Nada mais coerente com as finalidades de uma casa como essa do que manter esse compromisso social, institucional, com a democracia brasileira. Abrir uma casa como essa para o público é dar cumprimento com generosidade, com largueza e com o comprometimento que faz com que todos nós só tenhamos a agradecer este gesto”, defendeu a ministra.
*Com informação de Agência Brasil
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