A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS vai ouvir nesta quinta-feira (6/11) o ex-ministro do Trabalho e da Previdência Onyx Lorenzoni. Chefe a pasta entre julho de 2021 e março de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), ele será o primeiro ex-titular da área a prestar depoimento à comissão.
Ao chegar ao Senado, Lorenzoni disse que vai mostrar "todo o trabalho que Bolsonaro fez". "O governo Bolsonaro tinha o conceito de servir à população [...] e é isso que eu vou apresentar hoje aqui", enfatizou.
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Em uma das primeiras deliberações da CPMI, os integrantes decidiram ouvir todos os ex-ministros e ex-diretores do INSS que ocuparam o cargo desde 2015 em uma tentativa de reconstruir o histórico de decisões que abriram espaço para o esquema de descontos indevidos em aposentadorias.
O convite a Onyx foi apresentado pelos parlamentares Rogério Correia (PT-MG), Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Leila Barros (PDT-DF). Para Leila, a presença do ex-ministro é “fundamental para esclarecer pontos relevantes e permitir que a comissão alcance um diagnóstico preciso da situação, apresentando soluções concretas para a Previdência”.
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Randolfe reforçou que o depoimento de Onyx também deve esclarecer informações publicadas na imprensa sobre uma doação vultuosa recebida por ele de um representante de entidade suspeita de participar das fraudes. A CPMI tenta entender se houve alguma relação entre essas contribuições e decisões tomadas durante sua gestão.
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Na pauta da reunião desta quinta-feira, a comissão deve votar ainda requerimentos que ampliam o alcance das investigações. Entre eles, um pedido de acareação entre o advogado Eli Cohen e o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", apontado como um dos articuladores do esquema.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), também propôs a convocação do empresário André Piacentini Arnus, sócio da BMG Corretora de Seguros, apontada como beneficiária de recursos desviados por entidades associativas que descontavam valores indevidos de aposentados.
A CPMI concentra suas investigações em desvios que, segundo estimativas preliminares, podem ultrapassar R$ 6 bilhões. O objetivo é identificar os responsáveis e propor medidas para reforçar a fiscalização sobre o sistema previdenciário.
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