Segurança pública

Chefe da Divisão Antiterrorismo da PF critica projeto que equipara facções a terrorismo

Para o delegado Leandro Almada, em caso de aprovação, a proposta deve elevar o custo do crédito ao brasileiro. Texto está na CCJ da Câmara

O chefe da Divisão de Inteligência Policial da Polícia Federal, delegado Leandro Almada, também responsável pela Divisão Antiterrorismo, criticou nesta quinta-feira (6/11) o projeto de lei que equipara as facções criminosas a grupos terroristas. O debate ganhou força após a megaoperação no Rio de Janeiro — que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais.

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Para o representante da PF, a medida deve elevar os custos e se mostra ineficiente diante da realidade do país. A declaração foi dada durante uma reunião na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência no Senado. 

“Isso vai trazer consequências. Temos gente do mercado financeiro dizendo que um enquadramento desses vai aumentar o custo do país inteiro. O mercado vai ter que gastar centenas e centenas de milhares para aumentar o seu compliance. Quem vai taxar ou punir não quer saber se o dinheiro sujo foi por dolo ou culpa. (Tem) A ação de estados estrangeiros sem nenhum controle aqui dentro”, disse Almada.

O projeto está na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. O texto é uma das principais apostas da oposição e inclui no conceito do crime as práticas que buscam "impor domínio ou controle de área territorial", equiparando as facções criminosas a terroristas.

Almada avaliou, ainda, que a aprovação da proposta poderia refletir no custo do crédito ao brasileiro em diversas áreas. 

“Não vai impactar só na imagem do país. E os outros países têm outros interesses no nosso país que não é necessariamente ajudar ou financiar o combate dos nossos problemas internos. Eles querem abrir os seus mercados taxando os nossos, criando dificuldades para os nossos produtores, seja da indústria, comércio e agricultura. Isso vai acontecer. Temos relatórios que mostram isso”, ressaltou o delegado. 

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