A diretora de Assuntos Corporativos, Regulatórios e Sustentabilidade da Latam Brasil, Maria Elisa Curcio, e a presidente do Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), Ana Cláudia Cotait, ressaltaram o papel das mulheres na aviação civil e no empreendedorismo, ao participarem, nesta terça-feira (11/11), do 4º Brasília Summit Lide - Correio Braziliense, realizado no Brasília Palace Hotel.
Maria Elisa destacou que a aviação ainda carrega fortes marcas de desigualdade de gênero. “A aviação sempre foi um símbolo de sonho e de desafio à natureza, mas é um ambiente onde, muitas vezes, não se olha para a mulher na perspectiva de que nós, também, estamos presentes e temos um espaço a ser conquistado”, afirmou a executiva. Ela lembrou que menos de 6% das posições de pilotos no mundo são ocupadas por mulheres, segundo dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).
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A diretora da Latam Brasil também abordou a rotina intensa de profissionais do setor, marcada por longas ausências e situações de estresse. “Ficar 12, 24 ou 48 horas fora de casa é um desafio que, nem sempre, é considerado quando se fala em carreira na aviação”, explicou. Maria Elisa relatou, ainda, casos de preconceito e assédio enfrentados por funcionárias durante voos, o que reforça a necessidade de políticas de proteção e conscientização.
“As mulheres são maioria entre as vítimas de passageiros indisciplinados”, lamentou.
“Lançamos um curso de formação de mecânicos e mecânicas, para incentivar a participação de mulheres em funções técnicas. Ainda é comum encontrar escolas de aviação sem banheiros femininos”, disse. Para Maria Elisa, promover inclusão exige mudanças estruturais e culturais. “O céu é grande demais e precisa ser conquistado, também, por 50% da população, que somos nós”, frisou.
Por sua vez, Ana Cláudia Cotait destacou os avanços obtidos no empreendedorismo feminino por meio do Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), criado em 2019 para apoiar mulheres em associações comerciais. “Quando comecei este trabalho, não entendia de empreendedorismo. Fui aprender ouvindo as mulheres e viajando pelo estado de São Paulo para entender o que precisavam”, relatou.
Hoje, o projeto está presente em mais de 950 associações e alcançou mais de 100 mil mulheres em todo o país. “O foco do CMEC é estimular a mulher a empreender. A mulher se capacita mais, é mais agregadora e sempre teve papel central, desde os tempos de guerra, quando cuidava da casa, do dinheiro e da família”, lembra.
Ana Cláudia Cotait ressaltou a importância do equilíbrio emocional e da autoestima como base para o sucesso. “Criei um projeto de lei para que tivéssemos o Dia da Autoestima da Mulher, em dia 21 de setembro, no estado de São Paulo. É importante a mulher ter equilíbrio emocional e estar com autoestima alta para poder gerar seu negócio”, explicou.
A presidente do CNME defendeu a formalização como instrumento de crescimento. “A mulher que empreende em casa, quando se formaliza como MEI (microempreendedor individual), começa a vender para prefeituras e grandes empresas. Esse é um dos nossos principais focos”, aponta.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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