Líder do PT na Câmara Federal, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou manifestações de parlamentares em defesa da inclusão de projetos que preveem anistia ou redução de pena ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso no sábado (22/11), pela Polícia Federal, por tentativa de danificar sua tornozeleira eletrônica.
"Espero que o presidente (da Câmara) Hugo Motta não paute a Câmara para discutir anistia. Isso colocaria a Casa em uma crise institucional", afirmou Lindbergh, em conversa com jornalistas, na noite desta segunda-feira (24/11). O líder do PT na Câmara ainda criticou a possibilidade de o parlamento discutir o projeto de lei da dosimetria.
"Não se sustenta esse projeto da dosimetria. Uma diminuição de pena a Bolsonaro seria desvio de finalidade. Isso (a dosimetria) seria usar uma lei genérica para beneficiar uma pessoa, para beneficiar Jair Bolsonaro", completou Lindbergh Farias.
Pautas de interesse popular
Na avaliação do deputado, uma possível discussão de projetos como a anistia ou a dosimetria prejudicaria textos que aguardam votação na Câmara. Caso o presidente Hugo Motta coloque esses textos em discussão, Lindbergh argumenta que a Casa agiria contra interesses da população.
"Seria colocar o parlamento contra os brasileiros. Nós temos pautas importantes para votar", defendeu, citando projetos de iniciativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como o da punição ao devedor contumaz, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e a Medida Provisória (MP) Gás do Povo.
Oposição quer anistia ou dosimetria
Com a participação do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, deputados e senadores da bancada do partido se reuniram nesta segunda na sede da sigla, em Brasília, para alinhar ações da legenda como as defesas do projeto que trata da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
O projeto de anistia a condenados pelo 8 de janeiro teve urgência aprovada pela Câmara em 17 de setembro. Desde então, o texto ficou sob relatoria de Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que reformulou a proposta para prever apenas reduções de pena, e não o perdão total. Esse texto ganhou o título de Projeto de Lei da Dosimetria.
Agora, cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta, decidir quando o texto irá ao Plenário.
