CPMI do INSS

CPMI adia votação sobre convocação de Jorge Messias

Governo articula e comissão deixa para a próxima semana decisão sobre ouvir o advogado-geral da União, acusado por parlamentares de ignorar alertas sobre fraudes no INSS

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decidiu adiar, para a próxima quinta-feira (4/12), a votação do requerimento que pede a convocação do advogado-geral da União, Jorge Messias. A postergação foi resultado de um acordo entre integrantes da base governista e o comando do colegiado.

O pedido para ouvir Messias foi apresentado principalmente por parlamentares da oposição e por alguns congressistas do centro. Eles argumentam que o chefe da Advocacia-Geral da União teria sido informado previamente sobre o esquema fraudulento que atingiu aposentados e pensionistas, mas não teria tomado providências diante dos alertas recebidos.

O anúncio do adiamento foi feito pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG). Segundo ele, a alteração na pauta se deve à necessidade de reorganização dos trabalhos e à busca de consenso para a condução das próximas etapas da investigação, considerada uma das mais sensíveis em andamento no Congresso.

A análise sobre a responsabilidade de autoridades federais no caso tem elevado a tensão entre governo e oposição. O colegiado já ouviu servidores e representantes de empresas envolvidas no esquema, e os parlamentares contrários ao governo buscam ampliar o foco das apurações para atingir nomes do alto escalão.

Mesmo com o adiamento, Viana destacou que a convocação de Messias continua na mesa e será tratada com transparência. “Quando o tema envolve o interesse público, a verdade sempre encontra seu caminho. O Parlamento existe para garantir que ela apareça”, afirmou o presidente da CPMI durante a sessão.

A expectativa é de que a decisão da próxima semana indique o rumo político da comissão e defina se o advogado-geral da União será chamado a prestar esclarecimentos formais sobre as suspeitas que rondam a atuação do INSS.

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