CONGRESSO

Três deputados do PSol registram B.O após confusão no plenário da Câmara

Mais cedo, Glauber Braga foi retirado à força das dependências da Câmara dos Deputados e agredido pela Polícia Legislativa

Braga sentou na cadeira do presidente da Câmara: confusão com a polícia legislativa -  (crédito: Reprodução de vídeo)
Braga sentou na cadeira do presidente da Câmara: confusão com a polícia legislativa - (crédito: Reprodução de vídeo)

Os deputados Glauber Braga (PSol-RJ), Sâmia Bomfim (PSol-SP) e Célia Xakriabá (PSol-MG) registraram, na noite desta terça-feira (9/12), um boletim de ocorrência na 5ª DP (Área Central). Os parlamentares foram agredidos após um protesto realizado por Braga, que ocupou a Mesa Diretora em manifestação contrária à votação de sua cassação e do PL da dosimetria.

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Os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) também acompanharam os colegas. Mais cedo, Glauber Braga foi retirado à força das dependências da Câmara dos Deputados e agredido pela Polícia Legislativa, acionada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Enquanto o parlamentar era retirado pelo Salão Verde da Câmara, um tumulto generalizado se formou e as deputadas Célia Xakriabá, Sâmia Bomfim e alguns jornalistas também acabaram agredidos. Braga e Xakriabá receberam atendimento médico imediato.

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Na saída do ambulatório, Braga voltou a criticar a atuação do presidente da Câmara, Hugo Motta, e comparou sua postura ao episódio de agosto, quando parlamentares bolsonaristas invadiram a Mesa Diretora. Segundo ele, naquela ocasião Motta “passou mais de 48 horas em tratativas diplomáticas”, enquanto agora, em poucas horas, teria determinado o corte das imagens da TV Câmara, promovido o esvaziamento do plenário e permitido que a Polícia Legislativa “agredisse as deputadas Sâmia e Célia”. “As ações do presidente da Câmara falam por si”, resumiu.

A assessoria da deputada Célia Xakriabá confirmou que ela registrou ocorrência ao lado de outros colegas de partido e divulgou nota de repúdio. No texto, o gabinete condena o “uso desproporcional de força dentro da Casa do Povo” e cobra providências urgentes da Mesa Diretora e da Polícia Legislativa para apurar responsabilidades e impedir novos episódios semelhantes.

O comunicado também manifestou solidariedade aos profissionais de imprensa que foram retirados à força do plenário e impedidos de acompanhar os acontecimentos. Para o grupo, a restrição ao trabalho jornalístico em um espaço público e institucional configura “grave violação da transparência e do direito à informação”, princípios essenciais da democracia.

Críticas

No plenário, as críticas também se intensificaram. O deputado Chico Alencar classificou as ações de Motta e da Polícia Legislativa como um retrocesso. Ele relatou que a sessão transcorreu normalmente até que começou a notar uma movimentação incomum: primeiro, a retirada de pessoas que não eram parlamentares; depois, a expulsão dos jornalistas. “Isso me lembrou o tempo da ditadura. Ninguém foi preso, mas nosso direito enquanto parlamentares foi agredido”, afirmou.

A deputada Taliria Petrone, da mesma bancada, acusou Motta de “atacar de morte a democracia”. Ela criticou a retirada da imprensa e o desligamento da transmissão da TV Câmara — medida que, segundo ela, não ocorria desde a redemocratização — e disse que o presidente da Casa teria optado por “uma agenda de anistia e blindagem aos golpistas”.

 

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postado em 09/12/2025 23:49
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