
A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) afirmou, nesta quarta-feira (10/12), que alguns parlamentares discutem a possibilidade de afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). A mobilização se dá após o episódio de violência da Polícia Legislativa contra deputados e jornalistas, após o deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ) ocupar a Mesa Diretora na terça-feira (9/12). Motta defendeu a ação dos agentes de segurança, afirmando que houve desrespeito ao Poder Legislativo e à instituição e que a cadeira da “presidência não pertence a indivíduos, mas às instituições democráticas”.
De acordo com a deputada, os acontecimentos configuraram crimes e não podem ser tratados apenas como excessos isolados. “Ontem aconteceram vários crimes. Se um cidadão comum estivesse aqui e fosse empurrado, tivesse a roupa rasgada e fosse agredido pela polícia, isso já seria gravíssimo. Isso se torna ainda mais grave quando envolve parlamentares agredidos e espancados, sem nenhuma justificativa”, declarou a parlamentar ao Correio.
Duda disse que os deputados que foram agredidos devem registrar queixas-crime. “Eu sei que os deputados que apanharam vão entrar com uma queixa-crime, mas eu acho pouco. Nós, do PDT, junto com outros partidos do campo democrático, vamos conversar para ver se há uma ação conjunta”, afirmou.
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A parlamentar revelou que há um movimento suprapartidário de insatisfação com a condução de Hugo Motta à frente da Casa e que já existem conversas para a tomada de medidas mais duras. “Existe uma insatisfação da direita, da esquerda, do centro, de todos os campos. Parece haver uma unanimidade em considerar Hugo Motta o presidente mais fraco da história da Câmara, alguém que tem rebaixado esta Casa”, disse.
Segundo Duda Salabert, parlamentares avaliam que o presidente da Câmara não reúne mais condições políticas para exercer a função. “Há um consenso de que tudo o que aconteceu nos últimos meses nesta Casa é de responsabilidade exclusiva dele. Ele não tem condição política e também não demonstra condição emocional para dirigir a Câmara”, afirmou.
A deputada destacou que o regimento interno prevê mecanismos de responsabilização da Presidência, inclusive com sanções mais severas. “O presidente não é um imperador. Ele é um parlamentar que precisa representar a Casa. Quando deixa de representar, existem sanções. Ele pode ser levado ao Conselho de Ética e pode, inclusive, ser cassado pelo que aconteceu”, disse.
Duda afirmou quer na próxima semana os parlamentares devem sentar para discutir que providências deverão tomar. “Nas próximas semanas, ele vai enfrentar uma posição mais firme dos deputados em geral. Hoje, os dois caminhos mais comentados são o impeachment ou a cassação. Alguma punição ele vai sofrer. A Casa vai definir isso”, completou.
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