
Um dia após a tumultuada sessão que aprovou o projeto de dosimetria das penas aplicadas aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator da proposta na Câmara dos Deputados, avaliou o resultado como positivo e defendeu a atuação do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Em entrevista ao Correio nesta quarta-feira (10/12), antes de se reunir com o senador Esperidião Amin (PP-SC) — responsável por relatar o texto no Senado —, o parlamentar disse estar confiante na manutenção do conteúdo aprovado pelos deputados.
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“Estamos esperando para conversar com o Esperidião, ver o que ele está pensando. O Senado tem autoridade para mexer no texto, mas espero que ele mantenha o que foi votado aqui. Acho que o resultado foi bom, foi positivo”, afirmou Paulinho.
O deputado destacou que a Câmara “cumpriu seu papel” e que a aprovação ocorreu mesmo após um dia de forte tensão política. “Foi muita pressão, principalmente do PT, que tentou criar uma retórica ali junto com o Glauber [Braga]. Mas acabou dando certo. O Hugo Motta teve coragem de enfrentar. Fazia tempo que essa Casa não ia até quatro da manhã”, declarou.
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Questionado sobre as críticas da esquerda à decisão de Motta de pautar a proposta um dia após reunião com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Paulinho minimizou a relação entre os fatos e classificou a acusação como “retórica estranha”. “Primeiro, o Hugo não teve reunião com o Flávio Bolsonaro, né? Então, é uma narrativa meio esquisita. Segundo, é normal o PT falar mal quando as coisas não saem do jeito que eles querem. O Hugo fez o que achou melhor para o Brasil, não para o PT”, disse.
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Paulinho da Força avaliou que o projeto, que prevê a redução de penas para os condenados que não participaram diretamente da depredação nas sedes dos Três Poderes, “corrige excessos e garante tratamento justo”. Segundo ele, a proposta não representa anistia, mas um ajuste técnico para distinguir responsabilidades individuais.
“Tem muita gente que foi condenada por estar lá, não por destruir. O que estamos fazendo é garantir que a pena seja proporcional. Quem depredou, que pague. Mas quem só foi levado pela multidão não pode ser tratado como golpista”, afirmou o parlamentar.
Com a aprovação na Câmara, o texto segue para análise no Senado, onde Esperidião Amin deve iniciar as conversas com as lideranças ainda nesta semana. Paulinho disse acreditar que o relator no Senado manterá o conteúdo. “O Esperidião é um homem sensato, experiente. Acho que ele vai entender que o texto está equilibrado e vai confirmar o que foi feito aqui”, concluiu.

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