
Por Carolina Saraiva e Vinícius Prates
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que fará "aquilo que entender que deve ser feito" quando o PL da Dosimetria chegar à sua mesa para a sanção. O texto — que reduz penas dos envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro e que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro — foi aprovado na Câmara e tramitará agora no Senado.
"Ele (Bolsonaro) foi condenado a 27 anos e três meses de cadeia porque tentou fazer uma coisa muito grave. Ele tinha um plano arquitetado para me matar, matar o Alckmin, o Alexandre de Moraes. Ele tem de pagar pela tentativa de golpe, pela tentativa de destruir a democracia", enfatizou Lula, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas/TV Alterosa.
O chefe do Executivo também comentou a proliferação de pré-candidatos da oposição para a disputa da Presidência. "Quem inventa muito nome é porque não tem nenhum. Eles estão em dúvida, porque sabem que perderão as eleições em 2026", frisou.
Lula também rasgou elogios ao senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e disse nutrir esperanças de convencê-lo a disputar o governo de Minas Gerais. O presidente também disparou críticas ao atual gestor do estado, Romeu Zema (Novo). A seguir, os principais trechos da entrevista:
Como o senhor avalia a aprovação do PL da Dosimetria?
Eu não gosto de dar palpite numa coisa que não diz respeito ao Poder Executivo. É uma coisa pertinente ao Poder Legislativo; eles estão discutindo. Tem gente que não concorda. Ele (Bolsonaro) foi condenado a 27 anos e três meses de cadeia porque tentou fazer uma coisa muito grave, ele não fez brincadeira. Ele tinha um plano arquitetado para me matar, matar o Alckmin, o Alexandre de Moraes. Ele tinha um plano para explodir um caminhão no aeroporto de Brasília e tinha um plano de sequestrar o poder, já que perdeu as eleições. Então, a discussão agora vai para o Senado. Vamos ver o que vai acontecer. Quando chegar à minha mesa, tomarei a decisão. Tomaremos eu e Deus, sentado à minha mesa, a decisão. Farei aquilo que entender que deve ser feito, porque ele tem de pagar pela tentativa de golpe, pela tentativa de destruir a democracia. Ele sabe disso. Não adianta ficar choramingando agora. Se tivesse a postura que eu tive quando perdi três eleições, se tivesse a postura que o PSDB teve quando perdeu três eleições, se tivesse a postura de todo mundo que é democrático e que respeita as instituições, ele não estaria preso. Poderia estar concorrendo, agora, às eleições. Mas ele tentou encurtar caminho, tentou convencer alguns militares, que também estão presos, e deu nisso que deu. Então, agora, é o seguinte: deixa o Poder Legislativo se manifestar. Quando chegar à mesa do Poder Executivo, eu vou tomar minha decisão.
O que pensa da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro? Ele seria um candidato mais forte ou mais fraco que o pai?
Deixa eu dizer uma coisa com a minha pouca experiência em eleição neste país: a gente não escolhe candidato. A gente não escolhe adversário. Eu vejo, toda hora, Caiado; eu vejo, toda hora, Tarcísio; toda hora, Ratinho; toda hora, Flávio; Michelle; Eduardo; Bolsonaro; toda hora, um monte de nomes. Ou seja, quem inventa muito nome é porque não tem nenhum. Eles estão em dúvida, porque sabem que perderão as eleições em 2026. Eles perderão. Nós passamos dois anos para reconstruir este país. Este é o ano da colheita. Nós estamos colhendo a melhor política de inclusão social que este país já teve. E o ano que vem será o ano da verdade, em que o país vai se dar conta do que está acontecendo.
Como assim?
Nós temos a menor inflação em quatro anos da história do Brasil. Temos o maior aumento da massa salarial da história do Brasil. Temos o menor desemprego da história do Brasil. O salário mínimo está aumentando acima da inflação todo ano. E nós ainda fizemos o Imposto de Renda. Ninguém paga mais, quem ganha até R$ 5 mil; e quem ganha até R$ 7.300, vai pagar menos. Nós criamos o Luz do Povo, que quem consome até 80kW não paga nada e quem consome até 120kW paga apenas a diferença. Criamos o gás do povo, para que as pessoas que ganham menos recebam o gás. Serão quase 17 milhões de famílias que vão receber gás de graça a partir de agora. E estamos fazendo o Mais Especialista. Criamos o Pé-de-Meia, melhoramos o Bolsa Família. Nunca houve a quantidade de crédito que tem havido para pequeno, médio produtor e pequeno empreendedor. E este país está dando certo. Qual foi a última vez que este país cresceu acima de 3%? Foi quando eu era o presidente da República em 2010. De lá para cá, ele só voltou a crescer acima de 3% quando eu votei para a Presidência da República. Então, é o seguinte: se eu consigo fazer este país dar certo, e depois não deu certo na mão de ninguém... Nós tínhamos acabado com a fome em 2014, reconhecido pela FAO, que é o órgão da ONU que cuida da fome. Quando eu voltei, tinham 33 milhões de pessoas passando fome. Em dois anos e meio, nós acabamos com a fome outra vez. Vamos entregar, este ano, a contratação de 2 milhões de casas do Minha Casa, Minha Vida, coisa que tinha parado. Encontramos habitação que começou em 2013 e estava paralisada, quase seis mil creches estavam paralisadas; escolas, uma vergonha, porque este país não foi governado, este país foi abandonado nos últimos 4 anos (antes do governo petista). Por isso é que morreram 700 mil pessoas com covid. Porque se tivesse um presidente que tivesse responsabilidade, teria evitado dois terços dessas mortes.
O governador Romeu Zema tem criticado veementemente o senhor. Recentemente, disse que o seu governo é de resultados artificiais e o comparou a uma bomba-relógio. O que acha disso?
Quando ele fala que o meu governo é uma bomba-relógio, deve estar olhando para o governo dele. Porque ele pegou este governo com uma dívida de cento e poucos bilhões e deixou com 200 e poucos bilhões. Ele passou oito anos sem pagar dívida. Oito anos. E quem fez um acordo para resolver o problema da dívida de Minas fomos nós. E aí, outra vez, com a ajuda do Pacheco, que trabalhou muito para a gente fazer o Propag. E no Propag, a gente está obrigando o governador (a fazer a parte dele), de redução de juros. Ele vai ter de parar de comer banana com casca e vai ter que investir em curso profissionalizante para formar a juventude de Minas Gerais. Então, esse tipo de gente que faz política na internet, contando a mentira que quer, comendo jaca com casca, abacaxi com casca, melancia com casca, banana com casca, não dá certo na hora da verdade. Se o Zema é candidato a presidente, o ano que vem é a hora da verdade. A gente vai ver o que ele fez em Minas Gerais, o que eu fiz.
Qual é a sua opinião sobre a pré-candidatura de Zema? Ele quer o lugar do senhor...
É, ele só vai ter que pedir para o povo. É uma diferença muito grande. Ele vai ter que ir para a rua, vai ter que convencer, vai ter que explicar o que ele fez em Minas Gerais. E eu, sinceramente, prefiro comer um pão com mortadela do que comer banana com casca. Desde pequeno, aprendi a descascar banana. Aprendi. Nem o macaco come banana com casca, porque é uma coisa civilizatória. Então, essas pessoas que vivem de gracinha na internet, que vivem inventando não vão dar certo. O ano que vem é o ano da verdade. Se ele for candidato e eu for candidato, a gente vai estar num debate em que ele vai dizer as proezas dele em Minas Gerais; eu vou dizer as minhas fraquezas no Brasil e vou mostrar o resultado das coisas. Aliás, eu vou pedir (para ele dizer) quem fez mais política de inclusão social em Minas Gerais: se foi o governo do estado ou o governo federal. Quem é que cuida dos pobres neste estado? Ele vai ter chance de provar.
Sobre o cenário político em Minas: o senador Rodrigo Pacheco já deu sinais de que não vai se candidatar ao governo de Minas. Quem seria um nome, na avaliação do senhor, para a disputa?
Você já deve ter ouvido muitas vezes que a esperança é a última que morre. Eu, sinceramente, quando comecei a alimentar na minha cabeça e comecei a tentar alimentar o companheiro Pacheco da importância de ele ser candidato ao governo do estado, é porque eu aprendi a gostar do Pacheco. Acho o Pacheco uma pessoa extremamente competente e acho que ele hoje é a maior personalidade pública de Minas Gerais. Portanto, está talhado para assumir essa tarefa. Ou seja, eu até disse para o Pacheco: 'Cara, eu tô te pedindo para você me ajudar a ganhar as eleições para o presidente da República. Você será governador do segundo estado mais importante do Brasil. Você pode fazer a diferença nesse processo eleitoral'. Ele relutou, relutou, relutou, mas ele pensa que eu desisti, eu não desisti. Temos todo o tempo do mundo ainda.
O ex-prefeito Alexandre Kalil seria um nome para o senhor?
Temos o Kalil, que eu já apoiei aqui na eleição passada. Temos agora o Tadeuzinho (deputado Tadeu Leite, do MDB, presidente da ALMG); tem gente já dizendo o nome do Tadeuzinho. Temos duas prefeitas importantes, em Juiz de Fora (Margarida Salomão) e Contagem (Marília Campos). E temos ministros aqui, deputados, ou seja, não tenho pressa. Quem tem pressa come cru. Vou esperar o tempo passar. Eu ainda quero que o Pacheco esteja ouvindo essa entrevista, que eu não perdi a esperança de que ele seja candidato a governador. Na hora que chegar o momento de decidir, se ele não quiser mesmo, vamos tentar trabalhar outras pessoas. Vamos encontrar um candidato aqui para governar Minas Gerais de verdade.
Há algum avanço em relação ao combate ao feminicídio?
Fiz um discurso em Pernambuco dizendo o seguinte: acabou. A violência contra a mulher não é um problema da mulher. É um problema do homem. É o homem que tem que parar de ser violento. Ele tem que parar de ser machista, parar de achar que é dono da parceira dele. Ele precisa compreender que as pessoas só podem viver junto se quiserem viver junto. Então, eu fiz um apelo. Fiz um apelo, inclusive, aos sindicalistas. Talvez, semana que vem, vou ter uma reunião com o presidente da Suprema Corte, com a ministra Cármen Lúcia, com o presidente do Superior Tribunal de Justiça, com o presidente da Câmara, com o presidente do Senado, para que a gente discuta qual é o papel dos homens na luta contra a violência contra a mulher. Porque quem é violento é o homem. Então, nós precisamos levar para a porta da fábrica, para a porta do comércio, para a porta do banco, para as ruas. Nós, homens, falando que temos de nos reeducar. Não é só aumentar a pena, mudar o Código Penal, é nos reeducar. Fui criado por uma mãe analfabeta, que me ensinou que a gente não pode bater em mulher. Minha mãe falava assim: "Se você casar e brigar com a sua mulher, se separe, mas jamais levante a mão para bater na sua mulher". É isso que nós temos que falar com os homens. É isso. Então, eu acho que as mulheres precisam entender o seguinte: nós, homens, precisamos ter coragem de assumir a responsabilidade de que somos culpados pela violência contra a mulher. Temos que parar. Nós aprendemos com a nossa mãe, aprendemos com o nosso pai e precisamos educar os nossos filhos não sendo violento, sendo delicado com a nossa parceira.
O que o governo federal pretende com a PEC da Segurança?
Essa PEC vai definir qual é o papel do governo federal na segurança pública nos estados, porque, hoje, tal como está a Constituição, o poder da segurança pública no estado é do governador, porque é ele que tem a Polícia Militar, que tem a Polícia Civil. O que nós queremos aprovar na PEC é como o Estado brasileiro, o governo federal pode entrar, qual é o papel da Polícia Federal, se a gente vai poder interferir. Porque, no Rio de Janeiro, havia cinco anos que a polícia do Rio procurava o assassino de Marielle e não encontrou. Quem encontrou foi a Polícia Federal. Então, a Polícia Federal tem expertise, tem mais inteligência, e nós queremos redefinir. Queremos redefinir o papel da guarda nacional. Se aprovada a PEC, vamos criar o Ministério da Segurança Pública neste país. Essa é uma coisa. A outra coisa, sobre a violência contra a mulher.
A visita do senhor a Minas marca o lançamento da unidade de radioterapia em Itabira com verbas do PAC. Existe a previsão de outros recursos na saúde para Minas Gerais?
Para ter noção das coisas que estão acontecendo aqui em Minas Gerais: quando eu cheguei à Presidência da República, o Mais Médicos em Minas Gerais tinha apenas 1.105 médicos. Hoje, temos 2.300 médicos — 119% de aumento na quantidade de médicos trabalhando aqui no estado. Por que isso? Porque não é possível que as pessoas morram porque não têm atendimento médico. E quando eles acabaram com o Mais Médico no governo passado, deixaram o povo das cidades menores, do interior, abandonado. Povo que, muitas vezes, tem que pegar ônibus, sem ter dinheiro, para andar 200 quilômetros para ir ao médico. Nós resolvemos colocar as coisas no lugar. As pessoas têm de ter médico.
Há mais ações planejadas?
Estamos anunciando, há um mês e meio, dois meses, que estamos trabalhando muito forte com (o programa Mais Especialistas). Ou seja, o que nós queremos é que o povo brasileiro, ao fazer a primeira consulta e detectar que tem uma doença mais grave, que ele tenha segunda consulta imediatamente, que não fique esperando 11 meses, 12 meses, 13 meses. Às vezes, morre sem ter a segunda consulta. Por exemplo: a pessoa pobre vai no médico, o médico descobre que ela tem um problema no coração e fala assim: "Você tem que procurar um cardiologista". Ela passou no balcão lá da UBS, da UPA e falou: "Olha, o cardiologista daqui a 11 meses". Aí, ela vai ao cardiologista, ele pede uma ressonância magnética, e essa máquina demora mais 10 meses. Ou seja, não é possível. O povo pobre tem de ser tratado com respeito que é tratada qualquer pessoa neste país. Se o rico tem direito, o pobre tem de ter direito. Se o presidente tem direito, o pobre tem de ter direito. O que nós estamos fazendo com o Mais Especialistas... Já temos mais de 100 caminhões andando por este país para fazer mamografia, tomografia, para fazer todo e qualquer tipo de imagem que a mulher precisa que seja feito, que o homem precisa que seja feito. Da mesma forma, estamos com 800 ambulâncias formadas em gabinetes odontológicos, andando pelo interior do país, para que a gente possa fazer tratamento de canal, obturação, prótese, se for necessário, na hora. Não é como antigamente. E o Farmácia Popular, que entrega de graça 41 tipos de remédios que as pessoas têm uso contínuo. Então, aqui em Minas Gerais, as coisas estão indo bem.
Outro compromisso do senhor em Minas é a participação na Caravana Federativa. Como é que as cidades mineiras podem ser beneficiadas por essa iniciativa?
A caravana federativa foi uma invenção que nós tivemos, e o Padilha começou a executar como ministro-chefe das Relações Institucionais. É a aproximação dos prefeitos e dos governadores com as obras públicas e com as coisas que os ministros estão fazendo em cada cidade. Estamos agora fazendo uma exposição, tem vários ministérios, tem a Caixa Econômica, talvez tenha o Banco do Brasil, às vezes, está o BNDES, e, aí, por volta de 1.500 pessoas vão participar ou 2.000 pessoas. Tem várias prefeituras, as pessoas vêm, reclamam, às vezes, fazem um novo pedido; às vezes, um novo contrato; ou seja, é efetivamente um mutirão, um mutirão de democracia. É o governo federal se dirigindo às capitais dos estados, juntando todas as cidades e todos os entes federados que têm alguma coisa a ver com o governo, para que a gente faça uma aproximação, para que a gente se conheça melhor, para que a gente ajuste aquilo que precisa ser ajustado, para que a gente repare coisa que tem que ser reparada. Um trabalho mais próximo e efetivo. É olho no olho.
O que ainda não conseguiu fazer ou que lhe causa frustração com relação ao Brasil?
Sonho fazer com que o Brasil se transforme num país de uma classe média de padrão, um estado de bem-estar social. Fico olhando sempre para os países nórdicos, o padrão de vida deles. Fico olhando a Europa, o padrão de vida, quero que o Brasil seja assim. Por isso é que estou investindo em universidades. Vou dizer uma coisa para você: a primeira universidade brasileira foi feita em 1920, a Universidade do Brasil, porque ela precisava dar um prêmio de Doutor Honoris Causa para o rei da Bélgica que vinha para o Brasil. Então, o que acontece? De lá, até chegar à Presidência, foram feitas, entre universidades novas e extensões, 136 ou 138. Em 83 anos. Eu, em 10 anos sozinho, já fiz 143. Ou seja, sozinho eu já fiz mais do que 83 anos deste país. Se juntar eu e a Dilma, fizemos quase 200. Então é o seguinte: estou apostando nisso, preciso fazer mais investimento em educação, mais escolas de tempo integral, mais institutos federais, mais universidades, mais engenheiro, ou seja, preciso formar muita gente. É por isso que nós criamos o programa Pé-de-Meia. Porque nós descobrimos que 500 mil crianças no ensino médio estavam desistindo da escola para trabalhar, para ajudar a família. É evasão. Resolvemos criar uma proposta para essas crianças. Tenho esse sonho. Tenho o sonho da casa própria, da transposição do Rio São Francisco. Tinha o sonho da Transnordestina, tudo isso está acontecendo. E lembra do meu discurso em 2003? Não fiz nenhum discurso com bravata. Falei: "Se, ao terminar o meu mandato, todo brasileiro e brasileira tiver tomando café, almoçando e jantando, já terei realizado a obra da minha vida". E, graças a Deus, já fiz isso. E é isso que eu quero continuar fazendo. Fazer com que o povo pobre não seja tratado como invisível, que ele seja enxergado por quem governa, que o povo negro não seja tratado como invisível, que as pessoas não sejam discriminadas, que não haja preconceito, que não haja violência. O que eu quero, na verdade, é que o filho das pessoas mais pobres e mais ricas possam disputar a mesma vaga com as mesmas oportunidades. Não quero tirar nada de ninguém. Só quero dar oportunidade a todos. Condições iguais.
Que recado o senhor deixa para este fim de ano?
O Natal para mim é uma época triste. Eu nunca ganhei um presente na minha vida. O meu primeiro presente eu comprei com 17 anos, que era uma bicicleta velha, que eu passava mais tempo consertando do que andando nela. Então, eu acho Natal uma coisa melancólica, porque fico muito triste, porque tem muita gente que não pode comprar um brinquedinho. Tem muita gente que fica passeando nas lojas sem poder comprar nada. Isso me dá um certo desânimo na vida. Mas, ao mesmo tempo, a gente tem de ficar feliz com as pessoas que podem comprar alguma coisinha. Acho que é uma comemoração extraordinária, sabe, do nascimento de Jesus Cristo. É uma data muito importante. E quero que todo mundo esteja bem. Quero que todo mundo não perca a fé, que todo mundo aproveite daquilo que conquistou e que tenha esperança. Não perca a esperança. Sou filho de uma mulher que, muitas vezes, não tinha comida para colocar no fogo. Estavam oito filhos em volta da minha mãe. Ela falava assim: "Hoje, não tem, mas amanhã vai ter". Então, é isso que eu queria dizer para o povo. Se a gente ainda não conquistou tudo que a gente quer hoje, vamos ter certeza de que a gente vai conquistar amanhã ou depois de amanhã. E tenho certeza de que vamos ter um 2026 melhor do que 2025, que foi melhor do que 2024, que foi melhor do que 2023. Vamos para frente fazendo as coisas acontecerem neste país. Esse é meu sonho, meu desejo: um feliz Natal e um feliz ano-novo.
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