
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou nesta sexta-feira (12) que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a retirada de documentos relacionados a Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, dos autos da comissão. Segundo o parlamentar, a decisão foi recebida com “indignação profunda”.
Viana classificou a medida como grave e disse que o afastamento de documentos essenciais compromete o trabalho investigativo. Para o senador, a retirada de informações da CPMI amplia a desconfiança da sociedade sobre possíveis tentativas de ocultação de fatos relevantes apurados pelo colegiado.
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O presidente da comissão ressaltou que, mesmo em recuperação de uma cirurgia emergencial realizada há poucos dias, sentiu-se no dever de se posicionar. De acordo com ele, a CPMI do INSS apura um dos mais graves escândalos envolvendo empréstimos consignados no país, com indícios de práticas abusivas contra aposentados e pensionistas.
Viana destacou que milhões de beneficiários do INSS teriam sido prejudicados por contratos pouco transparentes, descontos automáticos prolongados e renovações sucessivas, que transformaram o crédito consignado em um ciclo contínuo de endividamento. Para o senador, o tema envolve diretamente a proteção da renda de idosos e pensionistas.
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Segundo o parlamentar, os documentos retirados da comissão não têm caráter acessório, mas são considerados centrais para a compreensão de fluxos financeiros, contratos e relações institucionais. Ele afirmou que o material poderia ajudar a identificar quem teria lucrado com operações realizadas a partir da renda mínima de beneficiários do INSS.
O senador acrescentou que a retirada de documentos de uma CPMI em pleno funcionamento enfraquece a apuração e cria um precedente perigoso de interferência externa no trabalho do Legislativo. Viana afirmou ainda que a presidência da CPMI adotará todas as medidas cabíveis para preservar a autoridade da comissão e a integridade da investigação.

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