CONGRESSO

CPMI do INSS convoca Romeu Zema para depor sobre empresa da família

Governador de Minas deverá esclarecer atuação da Zema Financeira no mercado de consignados; defesa vê motivação política

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta quinta-feira (4/12), a convocação do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). A votação ocorreu de forma simbólica e teve como motivação a atuação da Zema Financeira, empresa pertencente à família do governador mineiro, no mercado de crédito consignado.

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O pedido foi apresentado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que aponta possível favorecimento da empresa após medida provisória permitir a concessão de consignados com recursos do Auxílio Brasil. No requerimento, o parlamentar afirma ser “imprescindível” que Zema preste esclarecimentos sobre a oferta de produtos financeiros a aposentados e pensionistas.

A defesa do governador, em manifestação enviada à comissão, sustenta que os pedidos têm caráter político-eleitoral. Os advogados afirmam que Zema não faz parte da administração da companhia desde 22 de outubro de 2018, data em que teria se afastado formalmente da empresa, com registro em ata na Junta Comercial de Minas Gerais.

Parlamentares da oposição e do partido Novo chegaram a classificar a convocação como “perseguição”, mas disseram não ver problemas na presença do governador, já que ele “não teria nada a esconder”. A expectativa é que o depoimento ocorra no início de 2026, após a retomada dos trabalhos legislativos.

A sessão desta quinta marca a última reunião do colegiado em 2025. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que vai pedir ao Congresso a prorrogação dos trabalhos por mais 60 dias, diante do volume de depoimentos e documentos ainda pendentes.

A decisão caberá ao presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Ele já foi alvo de críticas por não ter autorizado a prorrogação da CPI das apostas esportivas, encerrada no meio do ano.

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