fraudes no INSS

Lula: 'Se tiver filho meu metido nisso, vai ser investigado'

Presidente assegura que PF vai apurar a participação de todos os implicados no roubo e afirma que, caso Lulinha tenha tomado parte nas ilegalidades, também será alvo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou, nesta quinta-feira, que a Polícia Federal tem autonomia para investigar as fraudes contra aposentados do INSS e que não há blindagem do governo a nenhum dos envolvidos no caso. O chefe do Executivo respondeu a perguntas, durante café da manhã com jornalistas, sobre a suposta ligação do filho dele Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, com Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS.

"Ninguém ficará livre. Se tiver filho meu metido nisso, vai ser investigado", enfatizou o presidente. "Se tiver meu pai, que já morreu, não", acrescentou.

O chefe do Executivo destacou que o governo se determinou a apurar com seriedade as irregularidades no INSS. "Todas as pessoas que estiverem envolvidas, diretamente ou não, serão investigadas pela Polícia Federal. Muitas das coisas estão em segredo de Estado. Eu sinceramente já li a respeito algumas notícias", contou. "E eu tenho dito para os meus ministros, para as pessoas que participam da CPI: é importante que haja seriedade para que a gente possa investigar todas as pessoas envolvidas."

Na sequência, o presidente criticou a prática criminosa de "expropriar o dinheiro do aposentado com promessas falsas". E lembrou que muitos aposentados recebem o valor equivalente a apenas um salário mínimo.

"Estou muito leve com relação a essas apurações. E eu não sei quem foi hoje (ontem), eu não sei quem a Polícia Federal visitou; não sei, porque eu tive já algumas reuniões importantes hoje. O que eu sei é o seguinte: quem estiver envolvido vai pagar o preço de estar envolvido com isso", frisou.

Na nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca contra a empresária Roberta Luchsinger, amiga de Lulinha. De acordo com as apurações, a herdeira da família que fundou o banco Credit Suisse fazia parte do "núcleo político da organização criminosa" liderada pelo Careca do INSS.

A PF também revelou que o Careca enviou um total de R$ 1,5 milhão para Roberta. Uma planilha apreendida comprova o pagamento de R$ 300 mil para a empresa RL Consultoria e Intermediações Ltda., quantia que seria destinada, conforme as mensagens, ao "filho do rapaz", possivelmente se referindo a Lulinha — que não foi alvo da operação. (Com Agência Estado)

 

 

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