O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será submetido a uma cirurgia de retirada de hérnia inguinal bilateral nesta quinta-feira (25/12), às 9h, no hospital DF Star, em Brasília, onde está internado desde quarta-feira (24/12). A previsão é que o procedimento dure entre três e quatro horas, com tempo de internação estimado entre cinco e sete dias.
A cirurgia será realizada por técnica aberta, sob anestesia geral. O procedimento envolve a abertura da parede abdominal, na região da virilha, para correção das hérnias. Em entrevista coletiva, os médicos Cláudio Birolini, cirurgião-geral, e Brasil Ramos Caiado, cardiologista, informaram que a cirurgia não poderá ser feita por laparoscopia em razão das múltiplas intervenções abdominais anteriores do ex-presidente. Segundo eles, as aderências resultantes desses procedimentos impedem a adoção do método minimamente invasivo.
Birolini explicou também que a hérnia inguinal está relacionada à idade e ao histórico clínico de Bolsonaro, que já passou por diversas cirurgias no abdômen. O médico acrescentou que os episódios recorrentes de soluço aumentam a pressão intra-abdominal, o que também pode ter contribuído para o surgimento do problema.
Ainda segundo o cirurgião-geral, a cirurgia das hérnias não deve solucionar as crises de soluço. Há a possibilidade de um segundo procedimento, previsto para o início da próxima semana, especificamente para tratar esse quadro.
Os médicos relataram que Bolsonaro apresenta ansiedade em relação à cirurgia e sinais de abatimento emocional em decorrência da prisão. “O presidente está um pouco deprimido pela situação que está passando, bastante ansioso. A ansiedade leva a um quadro recorrente de soluço, que atrapalha o sono e causa muito incômodo”, afirmou Brasil Caiado.
O procedimento foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (23/12), após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). Inicialmente, apenas a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro estava autorizada a visitá-lo. No entanto, na quarta-feira (24/12), o ministro Alexandre de Moraes autorizou também a visita dos filhos do ex-presidente, respeitadas as normas gerais do hospital.
Esta será a oitava cirurgia de Jair Bolsonaro na região abdominal. A última intervenção, realizada para liberação de aderências intestinais e reconstrução do abdômen, durou cerca de 12 horas e foi a mais longa desde o atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018.
