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Bijus com história: designer do cerrado leva produções para o mundo

Conheça a trajetória de Suzana Rodrigues, designer que, com matéria-prima natural, transforma acessórios em biojoias

Suzana capacitou várias mulheres do sistema prisional: trabalho exposto internacionalmente -  (crédito: Fotos: Arquivo Pessoal)
Suzana capacitou várias mulheres do sistema prisional: trabalho exposto internacionalmente - (crédito: Fotos: Arquivo Pessoal)
postado em 18/02/2024 08:00

Quem não gosta de se embelezar e se enfeitar com peças únicas, como colares, pulseiras e brincos feitos à mão? Há quem ame ter esses acessórios em casa, e há quem seja fascinado em produzi-los com as próprias mãos. Esse é o caso da designer Suzana Rodrigues (@suzanarodriguesbiojoias), 63 anos, que há mais de 40 se apaixonou pela arte manual de fazer bijuterias.

Nascida em Anápolis (GO), mas moradora de Brasília desde 1968, Suzana começou a produzir bijuterias inicialmente como hobby, mas depois buscou maneiras de fazer uma renda extra em cima daquilo de que tanto gostava. “Eu fazia bijuterias de noite e vendia no trabalho, também dava para parentes venderem”, conta. Anos depois, em 2002, Suzana encontrou o seu diferencial no mercado: a matéria-prima natural.

Colar de semente de açaí.
Colar de semente de açaí (foto: Arquivo pessoal)

Depois de fazer o primeiro acessório, um cinto, com uma semente encontrada pelo pai, Suzana trocou os materiais tradicionais que usava, como cristal, strass e resina, e iniciou sua jornada no mundo das biojoias. Utilizando-se de materiais vindos da terra, a designer produz colares, brincos e pulseiras únicas que encantaram milhares de pessoas.

Brinco de madeira.
Brinco de madeira. (foto: Arquivo pessoal)

Naquele mesmo ano, Suzana começou um trabalho voluntário na penitenciária feminina, que consistia em ministrar um mês de curso de bijuteria para nove internas. Foi durante esse período que ela descobriu o seu fascínio pelas biojoias. Suzana capacitou mais de 300 mulheres em um período de quase cinco anos.

Colar com ágata madrepérola.
Colar com ágata madrepérola (foto: Arquivo pessoal)

Para a designer, a experiência foi de grande importância para a sua trajetória pessoal e profissional. “Quando eu falo sobre o nosso trabalho, é a minha criação com as minhas alunas, porque eu sozinha não sou nada”, afirma. Pelo caráter social, sustentável e de ressocialização, a ação ganhou destaque na mídia e, posteriormente, rendeu grande reconhecimento internacional da produção de biojoias.

Reconhecimento internacional

O trabalho de Suzana foi exposto no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA); na Feira Internacional de Moda de Lisboa e de Madri; em exposição individual na Embaixada do Brasil em Roma. A designer também recebeu o selo de reconhecimento no Salão Internacional de Produtos Naturais em Bolonha, na Itália. Para Suzana, todo esse reconhecimento abriu portas que jamais pensu que poderiam existir. "Imagina se eu vou sonhar que eu estou no MoMA?".

Colar de semente de jarina.
Colar de semente de jarina. (foto: Arquivo pessoal)

Utilizando-se de sementes, pedras naturais, fibras, conchas, madrepérolas e escamas, Suzana abriu portas para o mercado das bijuterias. Vindos diretos da terra, seus produtos viajam o mundo encantando cada vez mais pessoas com a originalidade. Para a designer, as biojoias vão além do que só produzir, significam cuidado na escolha dos materiais e enxergar as diferenças de cada semente e suas belezas “O diferencial da matéria-prima natural, para mim, é louvável.”

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

Serviço

Instagram: @suzanarodriguesbiojoias

  • Colar de fio de algodão e auréolas de madeira.
    Colar de fio de algodão e auréolas de madeira. Foto: Arquivo pessoal
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