Casa

Seu lar, suas regras: a flexibilidade de viver sem o sofá tradicional

Para compor um lar sem o sofá tradicional, poltronas, pufes e cadeiras oferecem flexibilidade, versatilidade e a capacidade de personalizar o ambiente de acordo com o estilo de vida dos moradores

As poltronas e cadeiras têm ganhado mais destaque nos lares -  (crédito: Reprodução/Pinterest)
As poltronas e cadeiras têm ganhado mais destaque nos lares - (crédito: Reprodução/Pinterest)

Quando alguém vai morar sozinho pela primeira vez ou se muda para um lugar novo, os móveis são peças centrais na composição do lar. É preciso pensar na cor das paredes, qual vai ser o tamanho da televisão, onde ficará a mesa e, principalmente, o sofá. Mas e se não tiver um sofá? Ou se ele for acompanhado por outros móveis, quem sabe uma cadeira diferente ou uma poltrona? Como planejar o espaço? 

Wendel Matheus, arquiteto e analista de curadoria da Homedock, explica que é possível pensar em ambientes sem sofá já no planejamento arquitetônico. Em espaços menores, por exemplo, a ausência do móvel permite uma circulação mais fluida e cria oportunidades para experiências dinâmicas, como áreas com poltronas, futons ou bancos integrados. "Isso muda a lógica da planta: o centro do ambiente deixa de ser ocupado por um móvel fixo e se abre para múltiplas funções, como receber, ler, meditar ou trabalhar. A casa passa a responder mais à rotina real de quem vive nela", explica. 

Ou seja, nem toda sala precisa de um sofá para ser confortável e acolhedora. Às vezes, o estilo de vida dos moradores pede mais flexibilidade, mobilidade ou até um ar mais despojado. Nessas situações, o ideal é compor o layout com poltronas, pufes, cadeiras ou até almofadas estruturadas, criando diferentes pontos de apoio e convivência.

A designer de interiores Aline Silva diz que o segredo está na proporção e no diálogo entre as peças, em distribuir os assentos de forma que favoreça a conversa, o acolhimento e o fluxo de circulação. "Também é importante pensar nas alturas — misturar poltronas com pufes, por exemplo, cria um ambiente mais dinâmico e aconchegante. E, claro, sempre com atenção ao estilo e à função do espaço: cada móvel ali tem um porquê", detalha. 

Um erro comum ao substituir o sofá é pensar que basta colocar algumas poltronas ou pufes soltos e o ambiente já vai funcionar. Mas a falta de um bom estudo de layout pode comprometer o conforto, a circulação e até a harmonia visual do espaço. Ignorar a proporção entre as peças também é um deslize comum. Ao escolher cadeiras pequenas demais ou pufes muito baixos, o resultado é um ambiente desconfortável. Aline diz que é fácil esquecer que, além de estéticas, as peças precisam ser funcionais, com altura adequada, encosto confortável e posição estratégica para favorecer a conversa.

Ela explica que, para evitar esses erros, o ideal é sempre pensar o espaço como um todo: como as pessoas vão circular, onde vão se sentar, qual o tipo de uso que aquela área exige. "Teste combinações de alturas, texturas e formatos que se complementam. Um ambiente sem sofá pode ser incrível, desde que seja bem planejado", explica. 

As poltronas, puff e cadeiras têm ganhado mais destaque nos lares.
As poltronas e cadeiras têm ganhado mais destaque nos lares (foto: Reprodução/Pinterest)

Vantagens

Optar por móveis diferentes como elementos centrais em vez do tradicional sofá pode ter muitas vantagens. Aline diz que a principal delas é, sem dúvida, a flexibilidade. Ao usar poltronas, pufes e cadeiras como protagonistas, o ambiente ganha mais movimento e leveza. "As pessoas não ficam 'presas' a um único sentido ou formato, elas podem se acomodar de diferentes formas, movimentar as peças, criar círculos de conversa ou até transformar aquele cantinho de estar em um espaço de leitura, trabalho ou descanso, dependendo da necessidade", acrescenta. 

Wendel diz que, em projetos com proposta mais conscientes e sustentáveis, o sofá tradicional perde espaço para móveis menores e mais versáteis. Poltronas, banquetas e pufes em materiais naturais ganham protagonismo por serem multifuncionais, mais fáceis de manter e com menor impacto ambiental. Eles consomem menos matéria-prima e se adaptam melhor aos espaços compactos, alinhando estética e responsabilidade.

Como escolher

A designer explica que a peça precisa unir três pilares: conforto, estética e funcionalidade. "Precisa ser confortável ao uso, com boa ergonomia e proporção adequada. Visualmente, deve dialogar com o restante da decoração — seja pelo design, pela cor, seja pela textura — mantendo a harmonia do ambiente", detalha. 

Os modelos mais vistos em projetos, atualmente, são as peças com design orgânico, com formas arredondadas, que passam a sensação de aconchego. Os pufes também têm ganhado bastante protagonismos, por serem confortáveis e funcionais. 

Os modelos mais vistos em projetos atualmente, são as peças com design mais orgânico, com formas arredondadas, que passam a sensação de aconchego
Os modelos mais vistos em projetos, atualmente, são as peças com design orgânico, com formas arredondadas, que passam a sensação de aconchego (foto: Fotos: Reprodução/Pinterest)

Para saber o que se encaixa melhor, uma análise das cores e texturas é fundamental. Pufes com tecidos macios, como o bouclé ou linho lavado, por exemplo, transmitem aconchego só de olhar.  Se a proposta é sofisticação, veludos, couros e tecidos com tramas encorpadas trazem essa sensação de elegância. Tons terrosos, off-white e neutros proporcionam calma e equilíbrio, enquanto uma peça colorida pode se tornar o ponto focal com muita personalidade. 

Em ambientes pequenos, cada escolha precisa ser muito bem pensada. Uma poltrona com design diferenciado, por exemplo, já vira o destaque do espaço. Um pufe com tecido texturizado ou formato inusitado pode funcionar como apoio, assento e ainda dar um toque de charme. 

O segredo, explica a designer, está em escolher móveis que tenham múltiplas funções, mas sem abrir mão da estética. Apostar em peças com cor, material ou forma fora do óbvio ajuda a trazer personalidade sem pesar visualmente. "Mesmo num espaço pequeno, dá pra inovar e deixar o ambiente cheio de estilo e com a cara de quem mora ali", diz. 

*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte

 


  • Os modelos mais vistos em projetos, atualmente, são as peças com design orgânico, com formas arredondadas, que passam a sensação de aconchego
    Os modelos mais vistos em projetos, atualmente, são as peças com design orgânico, com formas arredondadas, que passam a sensação de aconchego Foto: Fotos: Reprodução/Pinterest
  • Nem toda sala precisa de um sofá para ser confortável e acolhedora
    Nem toda sala precisa de um sofá para ser confortável e acolhedora Foto: Reprodução/Pinterest
  • Os pufes têm ganhado bastante protagonismo, por serem confortáveis e funcionais
    Os pufes têm ganhado bastante protagonismo, por serem confortáveis e funcionais Foto: Reprodução/Pinterest
  • Se a proposta é sofisticação, veludos, couros e tecidos com tramas mais encorpadas trazem essa sensação de elegância
    Se a proposta é sofisticação, veludos, couros e tecidos com tramas mais encorpadas trazem essa sensação de elegância Foto: Reprodução/Pinterest
postado em 22/06/2025 06:00 / atualizado em 22/06/2025 06:00
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