Casa

Entre adultos e crianças: a apaixonante decoração com brinquedos

Usar brinquedos como forma de decoração é manter a chama da infância viva. E não importa a idade, o que vale é saber bem como inserir essa estética no lar

Prateleiras podem ser uma ótima opção em decorações com brinquedos -  (crédito: Reprodução/ Pinterest)
Prateleiras podem ser uma ótima opção em decorações com brinquedos - (crédito: Reprodução/ Pinterest)

Na hora de decorar o próprio lar, todo morador busca contar uma história. Por meio dos elementos presentes no espaço, muitos desejam transmitir memórias que estejam ligadas a momentos do passado. Assim, quando o assunto é infância, os brinquedos adornam casas em um movimento que fala de conforto e de saudade. No entanto, engana-se quem pensa que somente as crianças pensam nisso. Os adultos, na verdade, são os grandes apaixonados por essa estética.

Mais do que uma "vantagem" prática, os brinquedos carregam valor afetivo. Embora sejam presença marcante em quartos infantis, também podem aparecer como itens de coleção, assumindo papel puramente estético e de exposição. Para o arquiteto Diego Aquino, esses objetos têm um charme atemporal e podem se tornar peças decorativas cheias de significado. "Como muitos brinquedos têm caráter temporário, vale mantê-los em locais de fácil acesso e investir em soluções como baús ou nichos", ressalta.

Assim, de acordo com ele, fica fácil alternar entre a exposição e a organização, garantindo funcionalidade sem comprometer a estética. Contudo, é importante trazer essa suavidade ao lar, sem que haja uma carga grande de informações. Alguns erros, tratando-se de decorações com brinquedos, podem estar relacionados ao excesso de cores — equívoco mais recorrente. 

Segundo o profissional, brinquedos muito chamativos podem quebrar a harmonia de um ambiente neutro. "Para casas com uma paleta mais sóbria, opte por peças menores e menos vibrantes. Já em espaços repletos de cor e memórias, a diversidade pode ser explorada com liberdade, criando composições ricas e dinâmicas", afirma.

E ainda pensando na sobrecarga, há uma referência que pode contribuir nessas situações. Conforme descreve o arquiteto, a regra dos números ímpares na decoração (1, 3, 5, 7 peças) ajuda a criar equilíbrio visual. Não colocar muitos brinquedos alinhados lado a lado, a menos que faça parte de uma coleção — como acontece com os Funko Pop —, em que a repetição se torna parte do charme, pode ser uma ótima alternativa para evitar que o ambiente fique saturado de elementos.

Convite ao afeto

Seja com um carrinho de madeira, seja com uma boneca antiga, o fato é que os brinquedos no lar vão além da estética. Mais do que isso, surgem como um convite para celebrar a infância. Arquiteta especialista em neuroarquitetura, Rosane Martinez conta que esse gesto tão singelo tem respaldo da neuroarquitetura, que estuda como os espaços afetam nossos sentimentos e comportamentos. 

"Ambientes que acolhem elementos afetivos e lúdicos estimulam sensações de segurança, pertencimento e bem-estar — tanto para crianças quanto para adultos. É como se, ao decorar com brinquedos, a casa dissesse: aqui, você pode ser quem é", completa. Dessa forma, tais componentes representam fases, descobertas e o olhar encantado que só uma criança tem sobre o mundo. Quando inseridos na decoração, trazem leveza, afeto e personalidade. 

Para a arquiteta, eles humanizam o ambiente e o tornam mais acolhedor. "E não pense que brinquedos são apenas para crianças. O conceito de toy art vem ganhando cada vez mais espaço no design contemporâneo. São brinquedos com apelo artístico, muitas vezes feitos por designers e artistas plásticos, que encantam colecionadores adultos com suas formas ousadas, criativas e cheias de significado. Bonecos estilizados, personagens autorais, figuras pop. Tudo isso vira arte exposta em estantes, aparadores ou até paredes — como quadros tridimensionais da infância reinterpretada", acrescenta.

Coisa de adulto

Os brinquedos, de fato, estão presentes em diversos lares, nos mais variados cômodos. Na sala ou no quarto, eles estão ali. Entre adultos e crianças, não há discrepância: todos querem um pouco dessa inocência na vida. Mas, para isso, é necessário, também, pensar em funcionalidade. É possível deixar a casa linda sem parecer que um furacão de brinquedos passou por ali. A chave está no equilíbrio: caixas organizadoras estilosas, nichos coloridos e prateleiras acessíveis são aliados perfeitos.

No entanto, outro ponto importante a ser ponderado é: e quando a criança cresce? Para Rosane, a decoração permanece. Brinquedos acompanham o crescimento dos pequenos de forma orgânica e delicada. Ursos de pelúcia viram peças afetivas em nichos; coleções de bonecos se tornam parte de uma estante mais madura; blocos de montar podem ganhar molduras criativas. A ideia não é esconder a infância, mas ressignificá-la", detalha a arquiteta.

A decoração pode evoluir, mantendo viva a essência da criança que ainda existe ali — mesmo na adolescência (e por que não, na vida adulta?). Nesse sentido, a coleção de Lego merece destaque. Não é raro ver adultos montando cenários complexos — castelos medievais, cidades inteiras, naves espaciais — e depois exibindo com orgulho essas miniobras de arquitetura em prateleiras iluminadas ou vitrines. "O Lego é, ao mesmo tempo, brinquedo, passatempo e expressão criativa. Um símbolo de que brincar é um direito vitalício."

  • Quartos com brinquedos são apaixonantes em qualquer idade
    Quartos com brinquedos são apaixonantes em qualquer idade Foto: Reprodução/ Pinterest
  • Nas decorações com brinquedos, 
o ideal é focar na personalidade
    Nas decorações com brinquedos, o ideal é focar na personalidade Foto: Fotos: Reprodução/ Pinterest
  • Os legos são muito usados como charme decorativo no lares
    Os legos são muito usados como charme decorativo no lares Foto: Reprodução/ Pinterest
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postado em 10/08/2025 06:00
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