
Café da manhã, almoço e jantar. Todas as reuniões familiares são celebradas ao redor de uma mesa. Essa tradição recheada de afeto, por vezes, faz com que esse móvel tão especial passe despercebido. No entanto, sua importância tem crescido em projetos interiores. Mais do que somente um componente comum presente no lar, ela pode ser encontrada nos mais diversos cômodos, das mais variadas maneiras e acabamentos.
De certa maneira, esse elemento sempre esteve presente nos lares. Uma casa sem mesa, provavelmente, é uma casa sem vida. É com cada amigo ou familiar sentado à mesa que boas memórias são construídas. Na edição deste ano da CasaCor Brasília, essa peça aparece em inúmeras amostras. Em um desses tantos projetos, ela é encontrada no ambiente Olfati, do arquiteto Rick Hudson.
A Mesa Rios, do designer Tunico Lages, foi escolhida pelas virtudes e diferenças que é capaz de trazer, elevando o nível de beleza e encantamento do lar. "A principal característica da nossa mesa é ser produzida com madeira de queda natural, ou seja, nada é desmatado para sua construção. Esse detalhe, além de sustentável, confere autenticidade à peça, já que nenhuma madeira será igual a outra", afirma.
A inspiração para a Mesa Rios veio dos troncos que ficam boiando nas águas dos rios e que, mesmo nessas condições, ainda são fonte de vida e habitat para outros seres. "O tronco de madeira de queda natural atravessa o tampo de vidro, que representa o elemento água. É uma mesa composta por apenas dois materiais — madeira e vidro —, simples na composição e muito expressiva visualmente", completa o arquiteto.
Para o profissional, o móvel foi desenhado como uma mesa de jantar tradicional para seis lugares, mas pensada para desempenhar novas funções além da exposição. Na loja de Aromas que foi criada na CasaCor, ela funciona como ponto central de atendimento. Ali, os clientes aproveitam as fragrâncias que são expostas e ainda se deliciam com uma mesa totalmente fora do convencional.
Fugindo do convencional
A mesa de jantar da Galeria Candango, do arquiteto Bruno Pessoa, foi produzida em aço inox no mármore napoleon Bordeaux. Contrapondo o material artificial com o natural. Segundo o especialista, a ideia era trazer para o mobiliário a tendência de uso do inox, que vem acontecendo no mundo, mas de formas diferentes, demonstrando, assim, o crescimento desse tipo de acabamento também em nível nacional. Ele reforça ainda a importância de contrastes dentro do lar.
"Hoje estão sendo criadas cozinhas residenciais em inox, painéis e até mesmo estantes, mas no design de mobiliário tem acontecido de uma forma ainda tímida no Brasil. Por se tratar de um material muito versátil, nos permite criar bastante, com diversas formas, tornando um material intrigante e rico para a criação e a utilização", detalha. Em outras partes do mundo, esse movimento já é mais natural, ressalta Bruno.
Na visão do arquiteto, a mesa foi a peça-chave no espaço para oficinas que ocorrem na Casacor semanalmente, com diversos tipos de aulas práticas. "Os materiais escolhidos são fundamentais para que esse destaque aconteça, claro que dialogando com o resto do espaço. As formas como elas são feitas também podem trazer esse realce", acrescenta.
Dentro da mesma perspectiva, no ambiente Casa Verde, assinado por Deborah Pinheiro, a mesa de jantar tem base de alumínio e tampo de granito. Foi projetada para o tamanho de mesa mais tradicional, com quatro metros, sendo tanto para área interna como externa. Contudo, vem com um ar mais contemporâneo, mas sem perder a classe conhecida pela peça.
"O propósito é ser um móvel de destaque, mas que, ao mesmo tempo, siga sua função primordial, que é agregar pessoas. A mesa precisa ter design arrojado e materiais inusitados. Uma forma de fugir do tradicional pode ser apostar em um formato diferente; no nosso caso, partimos do retângulo, mas usamos curvas, criando uma forma ovalada", finaliza a arquiteta.
Revista do Correio
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