
Em meio à agitação da vida moderna, surge um estilo que é um convite à calma e à autenticidade: conhecida como boho, a estética boêmia foge dos excessos e da rigidez. Esse movimento de design de interiores mergulha fundo na essência livre e descontraída, combinando a rusticidade de materiais naturais com a delicadeza de tecidos artesanais, o brilho de peças de antiquário e a vibração de cores terrosas.
Mais do que uma tendência de decoração, o boho é um modo de viver que valoriza a imperfeição, a história e a liberdade de expressão. As casas que adotam esse estilo se transformam em verdadeiros santuários de paz e autoexpressão, nos quais cada objeto conta uma história e cada canto respira uma atmosfera de refúgio e criatividade.
O estilo se caracteriza pela mistura de cores e texturas, uso de materiais naturais e artesanais, peças com história, e uma forte conexão com a natureza por meio de plantas e elementos orgânicos. Essa filosofia de design tem encontrado um palco de destaque em um dos eventos mais importantes da arquitetura e decoração do país. No CasaCor Brasília 2025, as casas com tendências boêmias se revelam, mostrando que é possível criar lares únicos e elegantes.
Até amanhã, é possível votar no Prêmio Correio Braziliense CasaCor Brasília e escolher os melhores ambientes expostos na mostra. O resultado dos ganhadores está previsto para 2 de outubro.
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Convivência e sofisticação
Um exemplo prático do boho, é o ambiente Alma em três tons, assinado pelo escritório Alf Arquitetura. O arquiteto André Alf, junto com seu time, apresenta um espaço que valoriza a convivência. Ele conta que o ambiente nasceu a partir da palavra paz, querendo criar um espaço onde as pessoas pudessem relaxar, reconectar-se com a natureza e, ao mesmo tempo, receber com sofisticação. "A ideia é proporcionar uma experiência de aconchego, tranquilidade e renovação do ser, por meio de texturas, materiais e uma atmosfera que convida a desacelerar", acrescenta.
A estética boho aparece no projeto na mistura de texturas e cores leves, como o bege, o cinza mesclado e o branco, além do uso de tecidos naturais e plantas. O teto em tecido formando ondas, as cortinas leves e o verde da vegetação criam esse espírito boêmio, livre e acolhedor, mas sempre com sofisticação.
A escolha de materiais, cores e iluminação é elemento-chave para definir uma atmosfera boho, e contribui para a experiência do ambiente. Em termos de elementos naturais, Alf optou pelo uso de pedras rústicas e porosas, e plantas que trazem frescor e vida. Somados ao acabamento em granito estucado, o painel de muxarabi e os tecidos naturais no teto e cortinas, tudo isso cria uma atmosfera inusitada, acolhedora e sofisticada, na qual o boho e o rústico se encontram de forma equilibrada.
O arquiteto explica que a escolha das cores também pode influenciar a atmosfera. "Ao buscar integrar cada elemento como parte de uma única narrativa, os tecidos, as plantas e o mobiliário passam a conversar entre si, e a harmonia veio ao respeitar uma paleta de cores neutras e texturas complementares", diz.
Para quem deseja trazer essa estética para casa, Alf aconselha a começar pelas texturas: "Tecidos naturais, pedras, madeira, plantas e vasos terrosos, esses elementos já transformam o espaço, sempre lembrando que a casa precisa transmitir paz e aconchego, acima de tudo", detalha André.
Aconchego e acolhimento
Outro ambiente de destaque nessa técnica na mostra deste ano é a Casa Verde, assinado pela arquiteta Deborah Pinheiro. Com mais de 35 anos de experiência e sua sétima participação no evento, Deborah projetou um ambiente que evoca uma atmosfera de "rústico elegante". A ideia, segundo ela, foi criar um refúgio acolhedor, com "cara de casa de campo", mas sem perder a modernidade.
O grande destaque da Casa Verde são as paredes de taipa, um sistema de construção feito com terra. Essa escolha não só valoriza o artesanato e a conexão com a natureza, como também confere ao espaço uma textura orgânica e singular. As paredes dialogam com os pilares e as vigas de madeira, que parecem flutuar, criando um contraponto entre o sólido e o leve. Para Deborah, a arquitetura com linhas limpas e simples foi o segredo para unir o rústico ao moderno, fugindo da estética "casa de avó".
A iluminação suave e indireta foi pensada para destacar a textura dos materiais e trazer uma sensação de aconchego, enquanto o verde, presente nas esquadrias, no teto e em uma parede, faz um contraponto vibrante com a cor das paredes de taipa. Para compor o ambiente, a arquiteta misturou peças de design contemporâneo com mobiliário antigo, como uma mesa e cadeiras mineiras do século 19, que trazem um toque de história e personalidade.
Com a Casa Verde, Deborah Pinheiro mostra que a união entre o rústico e o moderno não apenas é possível, mas também pode inspirar as pessoas a misturar, sem medo, móveis contemporâneos com peças de valor sentimental. É um convite a sonhar com espaços que valorizam a autenticidade e a brasilidade, tornando o lar um verdadeiro santuário de auto expressão.
8º Prêmio Correio Braziliense CASACOR Brasília
Além de explorar os ambientes e colher ideias para casa, é possível escolher seus favoritos para o 8º Prêmio Correio Braziliense CASACOR Brasília. O prêmio reconhece e premia talentos e inovações nas áreas de arquitetura, design de interiores e paisagismo.
A premiação possui quatro categorias: Sonho de Sala, Sonho de Banheiro, Sonho de Quarto e Sonho de Cozinha. Com voto único para cada uma até o dia 29 de Setembro.
Site para votação premio.correiobraziliense.com.br
*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte
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