Moda

Segunda edição do Estilo Brasília destaca moda na capital federal

Evento promoveu desfiles e conversas abertas para discutir moda, criatividade e a identidade brasiliense no cenário fashion

Nos últimos dois dias, o Brasília Shopping transformou-se em palco de discussões sobre moda e criatividade, com a segunda edição do Estilo Brasília. O evento, que foi gratuito e aberto ao público, nasceu para explorar o universo fashion por meio de talks, desfiles e exposições. E celebrou não somente a moda na capital federal, mas de todo o território brasileiro. 

Com um olhar no futuro, a programação abordou temas cruciais como a identidade brasiliense, a sustentabilidade e o impacto da inteligência artificial na indústria. Nomes de peso como o stylist Yan Acioli, a jornalista Daniela Falcão, a modelo e apresentadora Carol Ribeiro, e o cofundador da Farm, Marcello Bastos, estavam presentes para discutir os desafios de se destacar no cenário atual e as tendências que estão moldando o nosso estilo. 

Em entrevista ao Correio, Marcello Bastos destacou que manter uma marca "crocante e desejada" por 28 anos é o maior desafio. Para isso, a empresa investe continuamente em inovação. "A gente não para. Estamos o tempo inteiro gerando conteúdo e trazendo gente jovem para criar junto", explicou. Essa oxigenação não se limita ao público-alvo; ela é um pilar da estrutura interna, com a criação de núcleos de jovens talentos que trazem novas ideias e frescor à marca. 

Para além disso, ressaltou o quanto é importante se conectar com a pluralidade brasileira, especialmente sobre os diferentes perfis de moda que existem no Brasil. Ele revelou que o lema internacional da empresa é "Dress in happiness": vestir-se com alegria. Essa mensagem, combinada com a valorização da natureza, permite que a Farm se adapte a diferentes regiões, incluindo a de Brasília, que compartilha o "espírito tropical" com o Rio de Janeiro.

Identidade e valor

Rener Oliveira, jornalista de moda e editor do portal Nordestesse, participou no talk Como ser relevante em um mundo visual saturado. Ao Correio Braziliense, ele afirmou que esse conceito está ligado ao crescimento das redes sociais e à cultura de influência, que transformou pessoas em produtos expostos em uma “prateleira digital”. De acordo com ele, nesse contexto, estar presente on-line não significa, necessariamente, ser relevante ou criar algo de valor.

Além da busca incessante por visibilidade ter esgotado a ideia de novo, ela abre espaço para o imediatismo e a perda de capacidade de sentir, tocar e absorver o que está sendo produzido. Por isso, ele destacou a importância de se desligar, buscar novos hábitos e referências, como faz quando escreve para a própria newsletter. “É uma tentativa de resgatar o sentido de criação e me manter na indústria sem cair na lógica do excesso”, contou.

Ao falar sobre Brasília, destacou que a cidade possui uma identidade própria, construída desde sua origem planejada. Segundo ele, a arquitetura de Niemeyer e os jardins de Burle Marx traduzem força, brutalismo, forma e originalidade, características que também dialogam com a moda. “É uma cidade que já nasceu com propósito e isso a torna única”, concluiu.

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