Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 31/12/2016 17:57
Erguida em cima do barro, Brasília nasceu em 1960 para ser o centro político do Brasil. Mais de 56 anos depois, a cidade cumpriu essa meta e ainda fez crescer e aparecer uma história particular. Isso ficou evidente em 2016. No meio de uma avalanche no cenário nacional, houve tempo e espaço para a capital do país enfrentar suas próprias crises e chorar tragédias só suas. A Esplanada dos Ministérios tornou-se palco de 151 manifestações, o maior número da história, quase uma a cada dois dias. Em quatro desses momentos, um muro de dois metros de altura e um quilômetro de comprimento dividiu o maior cartão-postal brasiliense em dois. À direita e à esquerda, pessoas munidas de propósitos semelhantes e uma única revolta, a decepção com os políticos, mas em polos opostos. Esse foi o retrato que simbolizou o DF em 2016: vivemos em extremos.
Não só na política. O ano da maior crise hídrica da história coincidiu com a força da natureza, que destruiu uma cidade, Samambaia, com um vendaval nunca visto. Enquanto o empoderamento feminino virava pauta diária, os casos de feminicídio, denúncias de estupro e violência doméstica não pararam de subir. Da mesma forma que moradores do DF se juntaram para realizar os sonhos de Natal de um asilo de Luziânia, 216 idosos foram agredidos, o que faz da capital campeã de maus-tratos a pessoas nessa faixa etária.
Os índices e as pesquisas mostraram que o muro ; que simbolizou um país dividido e roubou a atenção por ser um retrato da intolerância ; não é a maior e mais resistente barreira de Brasília. O que nos corrói é a desigualdade.
ECONOMIA
DF em alta
Brasília é a cidade brasileira com a melhor qualidade de vida, revelou a consultoria Mercer em fevereiro. Meses depois, foi o Instituto Locomotiva a constatar que os jovens brasilienses de 16 a 24 anos têm a melhor renda média do país, cerca de R$ 1,5 mil por mês. E, para fechar o ano, o Distrito Federal se manteve com o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país. Os dados, referentes a 2014, colocaram novamente o DF em primeiro lugar, com crescimento de 2% e uma renda média de R$ 69.217 por habitante/ano ; 2,4 vezes o do Brasil (R$ 28.500).
Desigualdade também
Em meio a dados positivos, o contraste socioeconômico dos 700 mil jovens entre 18 e 29 anos do DF foi evidenciado em pesquisa da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). Divulgado em dezembro, o estudo considerou 31 cidades brasilienses e levantou desigualdades, entre elas, a financeira. Enquanto a Estrutural abriga a menor proporção de jovens com renda superior a dois salários-mínimos, 7%, o Sudoeste e a Octogonal concentraram percentual 11 vezes acima, de 82%.
Relembre: em 14 de dezembro, o Correio evidenciou essa desigualdade ao contar a história de Shirley da Silva, 18 anos, que mora com nove pessoas em uma casa de três cômodos na Estrutural. A renda familiar vem do aterro sanitário da cidade e não passa de R$ 300 por mês. A 13km, na cidade com maior renda per capita entre os jovens do DF, o Sudoeste, mora a engenheira mecânica Júlia Lins, 25, que recebe, sozinha, quase 20 vezes mais que a família Silva.
OCUPAÇÃO URBANA
Manifestações
; 151 protestos, sendo
149 de forma pacífica
; Média de 500 a 1.000 policiais
por protesto, com atuação de
mais de 5 mil durante o ano
O muro
Vandalizado e chamado muitas vezes de ;Muro da vergonha;, a estrutura de ferro foi utilizada quatro vezes e, segundo a secretária de Estado da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar Araújo, obteve o desempenho esperado: impedir o confronto entre manifestantes contrários e favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff. ;Prefiro corredor da democracia;, disse à época. ;Foi uma ação certa. A Esplanada é o palco da democracia, um ambiente de disputa política, e não poderíamos deixar o espaço para apenas um dos lados dos manifestantes. No fim, o saldo foi extremamente positivo, não houve nenhum registro de confronto direto.;
Duas manifestações terminaram em confusão na Esplanada dos Ministérios ; os dois em protestos contra a PEC dos Gastos Públicos. O caso mais extremo ocorreu no dia 29 de novembro, quando um grupo virou o carro de uma emissora de televisão. Além disso, parte dos manifestantes atuou na destruição de carros, pichação de monumentos, derrubada de placas de trânsito e de identificação de ministérios quebradas, sendo parados por policiais militares sob o poder de bombas de gás lacrimogêneo, de pimenta, e bombas de efeito moral.
Celebração nas ruas
; Mais de 1 milhão de pessoas participaram da festa
; Além do carnaval, movimentos populares, como o do Mercado Sul, localizado em QSB 12/13, de Taguatinga, trouxeram a população para festas e atividades culturais na rua e de graça.
ÁGUA
Chuva de menos
Os medidores do Reservatório do Descoberto, principal fonte de água da capital, nunca ficaram tão baixos quanto em 2016. Os 19,46% do volume total registrados em novembro, e a taxa de contingência com aumento real de 20% na conta de água, foram números fortes para representar a crise hídrica. Mas não servem para descrever com precisão o sentimento que o brasiliense viveu à beira do racionamento.
Para 2017, o diretor-presidente da Agência Reguladora de Água, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa), Paulo Salles, tem expectativa cautelosa. ;Nesste fim de ano, os reservatórios do DF estão com a metade do volume que apresentavam no mesmo período do ano passado. Esperamos que até o fim do período de chuva, em março, esses números aumentem para evitar uma situação como a de 2016;, alerta.
11%
; Redução do consumo de água dos brasilienses durante o período de alerta
Chuva de mais
A tempestade que atingiu a cidade de Samambaia, em 20 de outubro, deixou marcas. Após uma chuva de quase duas horas, apenas 10 minutos de rajadas de vento de até 60km foram capazes de destelhar mais de mil casas, derrubar árvores e paredes, deixar 21 mil imóveis sem luz, ferir quatro pessoas e matar uma. A tragédia de Samambaia deixou o DF de luto. Carlos Henrique Ramos, 32, era vigilante, e saiu para trabalhar por volta das 20h. Ao perceber a chuva forte, protegeu-se em frente a uma casa de esquina na Quadra 421. O vento derrubou um muro em cima do vigilante, que, com uma fratura na perna, acabou tendo uma parada cardiorrespiratória e morreu.
SEGURANÇA
Balanço da Segurança Pública no DF em 2016
Janeiro a novembro
; As tentativas de latrocínio cresceram 41,3% (de 172, de janeiro a novembro de 2015, para 243, de janeiro a novembro de 2016)
; As apreensões por tráfico de drogas caíram em 19,3% (de 2.692 para 2.172)
; Os registros de roubo em residência subiram 37,2% (602 para 826)
- As tentativas de homicídio caíram 5,1% (de 899 para 853)
; Os registros de assaltos em transportes coletivos subiram 28,7% (de 2.144 para 2.760)
; Os registros de homicídio caíram 2% (de 549 para 538)
Fonte: Secretaria de Estado de Segurança Pública e Paz Social (SSP/DF)
Criminalidade assusta
Segundo o subsecretário de gestão da informação da SSP/DF, Marcelo Durante, momentos de crise econômica fazem com que as pessoas tenham maior facilidade para serem empurradas para a criminalidade. ;Foi um ano difícil, mas estamos investindo em ações inteligentes para profissionalizar a gestão, como as intersetoriais, nas quais trabalhamos com outros órgãos para que áreas onde, por exemplo, temos muitos assaltos a paradas, sejam instaladas mais luzes, e o mato ao redor, aparado. O serviço de segurança pública não pode ficar sob responsabilidade apenas da polícia, é uma ação conjunta;, explica.
INTERNET
Bombou nas redes
Confira as cinco matérias sobre o DF mais lidas no site do Correio:
Amor e ódio
Em março, a publicitária brasiliense Mariana Mader, 22, bombou na internet a partir de reportagem no site do Correio. Os cliques da jovem no Lollapalozza, em São Paulo, colocaram a brasiliense na lista das mais estilosas do festival. ;Percebi que ninguém tinha o cabelo igual ao meu, e que ele chamava a atenção. Meus amigos me avisaram que eu estava na lista. Estou achando incrível;, afirmou à época. O cabelo que a levou à fama também trouxe problemas. Branca, a jovem foi acusada de apropriação cultural por usar dreads, estilo de cabelo dos negros. ;Foram vários acessos devido a uma repercussão ruim. Não foi algo muito legal para mim, e evito ao máximo conversar sobre isso;, contou ao Correio este mês. Hoje, a publicitária abandonou os dreads e usa os cabelos loiros e curtos.
No fim, tudo deu certo
Em novembro, o jardineiro Luciano da Silva, 27 anos, ajudou a mudar a aparência do Conjunto F da QI 10 do Guará. Uma área verde, que antes abrigava poucas árvores e um depósito de lixo, acabou transformada pelo jardineiro em uma horta comunitária. A ação, vista positivamente pela comunidade, recebeu uma notificação da Administração Regional do Guará, pedindo que a plantação fosse retirada no prazo de 36 horas. O fato virou notícia no Correio e, após a repercussão, a Administração emitiu uma nota relatando que o documento não tinha validade, pois não contava com nenhuma assinatura, e que abriria uma investigação interna para apurar a notificação.
No último dia 17, a nova horta recebeu a visita de moradores da comunidade e da Administração Regional, que se uniram em um mutirão para plantar novas árvores e aumentar a diversidade da horta. No local, agora há mandioca, berinjela e manjericão. ;No fim das contas, a notificação falsa acabou ajudando. Hoje, nosso movimento é famoso na região. Pessoas que leram a matéria no Correio vieram no último mutirão, e agora temos bastante gente para cuidar da horta;, alegra-se Luciano.
MULHER
Violência alarmante
; Os casos de violência contra a mulher no Distrito Federal triplicaram em 2016. Colocada em vigor em março de 2015, a nova lei prevê o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio. Até o fim do ano passado, foram registrados cinco casos no DF. Este ano, entre janeiro e novembro, as ocorrências pularam para 16
; Já os casos de estupro aumentaram em 8,7%, passando de 570, em 2015, para 617, este ano
; 11.087 mulheres foram vítimas de violência doméstica no DF em 2016. O número é 1,7% menor do que em 2015, quando foram registrados 11.281 casos.
Mais visibilidade
Os dados podem ter crescido em 2016, mas ainda são números a serem interpretados. A coordenadora do Governo de Brasília da Casa da Mulher Brasileira, Iara Lobo, destaca a visibilidade e o empoderamento feminino como destaques na luta contra o machismo em 2016. ;Os números cresceram, mas, ao mesmo tempo, isso mostra que mais mulheres estão denunciando se são estupradas ou agredidas;, conta.
Iara ainda destaca o avanço que a Lei do Feminicídio traz na desconstrução da sociedade. ;Antes, quando um marido matava a mulher, era considerado um crime passional. Mas não. Quando se ama, não se mata. Casos assim não nascem do amor, mas de homens que acham que têm controle e poder sobre o corpo das mulheres. É isso que a lei do feminicídio pune;, alega.
Entre janeiro e novembro deste ano, foram registrados 17.303 atendimentos nos centros da Rede de Proteção à Mulher do DF. E, para o futuro, o objetivo é não apenas punir, mas educar. ;Temos o projeto Maria da Penha na Escola, levando discussões para o ambiente escolar. Para 2017, queremos quebrar não apenas o controle emocional que essas mulheres sofrem, mas também o financeiro. E, para isso, temos cursos de promoção à autonomia econômica. Até fevereiro, mais de 400 mulheres sem experiência terão oportunidades de serem inseridas no mercado de trabalho;, conclui.
RELEMBRE
Assassinato covarde
Louise Maria da Silva Ribeiro tinha apenas 20 anos e cursava o quarto semestre de biologia na Universidade de Brasília (UnB) quando foi morta em um dos casos mais comoventes de 2016. Em 10 de março, a garota recebeu uma mensagem do ex-namorado Vinícius Neres, 19, dizendo que precisava se encontrar com ela no Laboratório de Anatomia da UnB. Ele ameaçava se matar. No encontro, quem acabou perdendo a vida foi Louise. Em depoimento, Vinícius narrou friamente o ocorrido. Ao fim do encontro, a jovem o teria abraçado e, em um ;ataque de fúria;, ele imobilizou Louise e a obrigou a inalar clorofórmio. Após ela perder os sentidos, forçou a jovem a beber cerca de 200ml do líquido.
Vinícius colocou o corpo de Louise em um carrinho de transporte de material, cobriu com um colchão inflável e saiu empurrando pela UnB até um carro, de onde seguiu até um matagal, onde jogou o corpo da jovem. Vinícius foi preso na manhã seguinte ao crime e levou a polícia até o corpo da garota.
EM CIMA DO MURO
As melhorias para a Polícia Civil do DF ainda não saíram do papel. Neste ano, foram diversas campanhas e protestos pela busca do aumento da corporação, a renovação dos equipamentos de uso e a equiparação do salário com a Polícia Federal. Essas pautas não são novas. Rodrigo Franco, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), conta que são exigências feitas há dois anos e meio e que até agora não foram respondidas. ;Desde outubro, as negociações emperraram. Só em 2016, tivemos mais de 500 afastamentos por aposentadoria. Até foram nomeados alguns policiais do concurso de 2013, mas não se equipara nem às saídas do ano;, relata.
Luos no limbo
A Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), mais uma vez acabou deixada para depois. Retirada de pauta em 2015, após pedido de aprimoramento do GDF, a expectativa era que ela fosse mandada para análise das comissões este ano e fosse votada, mas tudo isso acabou ficando para 2017. A lei é um detalhamento do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot) e definirá as regras sobre a construção de edificações e a ocupação do território em 23 regiões administrativas do DF. O ponto mais polêmico da versão de 2015 previa a criação de uma nova cidade, às margens da DF-140, entre São Sebastião e Santa Maria, com capacidade para abrigar 900 mil habitantes.
O texto que altera a Lei do Silêncio no DF, em processo na Câmara Legislativa desde maio de 2015, ainda não saiu do papel. Em junho, a então presidente da Câmara, Celina Leão, (PPS) garantiu que o projeto seria votado até última sessão do primeiro semestre, mas não foi cumprido. O projeto do deputado Ricardo Vale (PT) alterava o índice máximo permitido para áreas residências de 65 decibéis para 75 durante o dia, e de 55 para 70 durante a noite.
Tristes lembranças
; O servidor público federal Eli Roberto Chagas, 51 anos, morreu em frente a um colégio no Guará 2 enquanto esperava os filhos. Ele foi abordado por três bandidos armados, que tentavam roubar seu carro, um Toyota Corolla retirado horas antes da concessionária. Em abril, os três autores foram condenados a até 27 anos e 4 meses de prisão pelo crime.
; A estudante de jornalismo Jéssica Leite, 20, foi morta a caminho da faculdade, em junho deste ano. A garota recebeu uma facada no peito durante uma tentativa de assalto. Quase sete meses depois, o crime ainda não teve uma solução. Tratado inicialmente como latrocínio, a hipótese de homicídio ganhou força após um microsselo e uma balança de precisão serem encontrados na mochila da jovem.
POLÍTICA DOS ÁUDIOS
; Áudios divulgados pela deputada distrital Liliane Roriz (PTB) mostraram a então presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS), admitindo que colocou analfabetos em cargos de confiança, que distribui emprego para quem votou nela e afirmando que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) consome maconha.
; Gravações de uma reunião fechada, dentro do gabinete do GDF, viralizaram em junho. Os áudios confirmaram a pressão por cargos. Para piorar a situação do governador Rodrigo Rollemberg na Câmara Legislativa, em um dos trechos ouve-se claramente a ex-presidente da Casa Celina Leão (PDT) cobrando a presença de parlamentares no primeiro escalão do Palácio do Buriti.
Eleição da Mesa Diretora
Joe Valle (PDT) acabou eleito o novo presidente da Câmara Legislativa. A nova Mesa Diretora foi decidida em votação conturbada, contando com brigas durante o pleito. Após empatar com o candidato do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), o distrital Agaciel Maia (PR), Joe obteve a vitória por meio de dois critérios de desempate: maior número de mandatos, por ter sido suplente uma vez, e maior número de votos na eleição para deputado distrital de 2014.
Ocupações
Nove escolas públicas e a Universidade de Brasília foram ocupadas por estudantes em manifestações contra a reforma do ensino médio e a PEC 55. Os primeiros alunos a aderirem ao movimento foram os do Centro de Ensino 304 de Samambaia, em 19 de outubro. A partir de então, o ato ganhou força e adesões. Nas escolas, o ato durou 16 dias. Na UnB, foram 39 dias de ocupação até que, em 8 de dezembro, um acordo foi fechado entre os alunos e a Reitoria.
TERCEIRA IDADE
Solidariedade
Os moradores da Casa do Idoso Amor à Vida, em Luziânia (GO), emocionaram o DF com uma campanha de fim de ano, na qual posaram para fotos ao lado de lousas onde estavam escritos os pedidos de Natal. A matéria, publicada no site do Correio em 26 de outubro, foi a mais visualizada do ano.
A campanha emocionou os internautas pela simplicidade dos pedidos: um vestido amarelo, um cinto, uma sapatilha, uma boneca. A enfermeira Nayane Alves da Costa, 24 anos, idealizadora do projeto, contou à reportagem que todos os idosos receberam os pedidos. ;Alguns deles receberam até mais de um dos mesmos presentes;, comemorou.
Violência
Análise da Central Judicial do Idoso, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), mostrou que, pelo menos, 216 idosos sofreram algum tipo de violência entre janeiro e setembro deste ano. O estudo indica que os principais autores são os próprios filhos, contabilizando 84 das ocorrências.
A média diária de denúncias registradas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em 2015, foi de 2,27. Nos primeiros quatro meses de 2016, o número cresceu para 2,47 ; um aumento de 0,20 ponto percentual. E, desde 2011, quando o serviço começou, a quantidade de registros só cresce.
* Estagiário sob a supervisão de Cristine Gentil