MEIO AMBIENTE

Parceria com Starlink: Brasil já conta com sistema robusto de fiscalização

O bilionário Elon Musk, que está no Brasil, e Bolsonaro anunciaram que os satélites do empresário ajudarão na fiscalização da floresta

Correio Braziliense
postado em 20/05/2022 17:51 / atualizado em 20/05/2022 17:52
 (crédito: MAURO PIMENTEL / AFP)
(crédito: MAURO PIMENTEL / AFP)

O anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) de um futuro monitoramento na Amazônia para ajudar no combate ao desmatamento ilegal por meio dos satélites da Starlink foi recebido com ressalvas por especialistas. A informação foi dada nesta sexta-feira (20/5), após encontro do chefe do Executivo com o empresário Elon Musk, no interior de São Paulo.

O Brasil possui um intenso monitoramento para a fiscalização do desmate e a oferta dos satélites da Starlink não empolgou. Atualmente, a situação na floresta é monitorada por ao menos três sistemas com dinâmicas que se completam.

São eles: sistema de alertas de desmatamento oficial do governo, o Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de monitoramento diário, e o sistema Prodes; o sistema SAD, do Imazon; e o sistema do MapBiomas, que faz monitoramento anual de cobertura e uso do solo. Um ponto destacado por especialistas é que os satélites do bilionário Elon Musk são de comunicações e não ópticos e, por isso, não enxergam as coisas na superfície.

Monitoramentos

Inpe

O Inpe, que funciona desde 1988, é vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, recebe e processa os dados sobre perda de floresta, sendo este uma referência no monitoramento de florestas tropicais. As imagens são obtidas via satélite e o nível de precisão é de 95%, segundo o próprio instituto.

  • Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes);
  • Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter);
  • TerraClass, que mapeia o uso da terra após o desmatamento, em parceria com a Embrapa.

Imazon

O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que não é ligado ao governo, analisa dados de alerta de desmatamento através do sistema SAD, que selecionada uma imagem de satélite no início do mês e outra no fim dos 30 dias.

Mapbiomas

Monta um mapa anual de cobertura e uso do solo, com classificação pixel a pixel de imagens dos satélites. O projeto é uma parceria entre universidades, instituições e o Google. O satélite usado é o Landsat, o mesmo do Prodes. A periodicidade é anual.

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