Rio Grande do Sul

Marina defende gestão de risco de desastres em marcha dos prefeitos

Ministra do Meio Ambiente citou tragédia ambiental no Rio Grande do Sul para defender medidas mais sérias contra os problemas causados pelas mudanças climáticas

"Chega um momento que talvez a gente chegue à conclusão de que vamos ter que remover a população", disse a ministra. - (crédito: Felipe Werneck/MMA)

No terceiro dia de atividades da 25ª edição da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, fez um discurso em que enfatizou a falta de políticas nacionais para a contenção de riscos climáticos, como o que ocorre no Rio Grande do Sul. No palanque, a chefe da pasta ressaltou a importância do país se preparar para novos eventos extremos.

“Nós temos que nos adaptar e temos que nos preparar, porque isso que está acontecendo agora, infelizmente vai continuar acontecendo. Ondas de calor, processos de resfriamento, chuvas torrenciais e secas. No ano passado nós vimos duas enchentes no Vale do Taquari e tivemos seca no Rio Grande do Sul. Nós vimos seca na Amazônia e cheias na Amazônia”, disse a ministra.

Marina enfatizou que, apesar de não ser possível acabar com o problema, deve-se trabalhar com a contenção de riscos. “Nós temos que estar preparados. Tem que ter rota de fuga, tem que ter lugar para que as pessoas possam se alojar, estoque de alimentos, de medicamentos, de água potável, equipamentos, como hospital de campanha, para se houver necessidade”, destacou.

Pauta levantada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) — que leva à frente a marcha —, a criação de um fundo para os municípios voltados à prevenção de desastres de gestão das mudanças climáticas é defendida pela ministra. Além disso, Marina afirmou que desde o ano passado, após o desastre ocorrido no litoral paulista, em São Sebastião, que matou 65 pessoas, trabalha com outros ministros em um plano de gestão de risco.

Ainda durante o discurso, Marina destacou que podem ser adotadas medidas mais drásticas no plano que, segundo ela, está em fase de elaboração. Uma delas seria a remoção de populações inteiras de uma cidade, como está sendo feito, de maneira forçada — pelas inundações — no Rio Grande do Sul.

“Reconstruir a casa, a primeira vez, a segunda, a terceira, chega um momento que talvez a gente chegue à conclusão de que vamos ter que remover a população, e isso tem investimento”, acrescentou a chefe da pasta.

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postado em 22/05/2024 13:39
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