
Joyce Sousa Araújo, de 21 anos, sofreu morte cerebral após um aneurisma e está sendo mantida viva por aparelhos na Santa Casa de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, no Mato Grosso, desde o último dia 1/1. Grávida de seis meses, a jovem é acompanhada por uma equipe médica que trabalha para prolongar a gestão até que o bebê atinja um estágio de desenvolvimento seguro para o parto.
No dia 20 de dezembro de 2024, Joyce passou mal em Jaciara, a 148 km de Cuiabá. Sentindo fortes dores de cabeça, ela foi levada ao hospital local. Após desmaiar e apresentar piora no quadro clínico, foi transferida para Rondonópolis. Durante o atendimento, foi diagnosticado um aneurisma cerebral. Joyce passou por cirurgias para aliviar a pressão no cérebro, mas teve a morte cerebral declarada em 1º de janeiro de 2025.
O bebê segue sob monitoramento constante, mas ainda não há previsão para o parto, segundo o hospital. Conforme especialistas, o objetivo é chegar ao sétimo mês de gestação, quando há maiores chances de sobrevivência para o recém-nascido.
Joyce e seu marido, João Matheus Silva, de 23 anos, estavam juntos há seis anos e têm duas filhas, de três e sete anos. A família mudou-se de Tocantins para o Mato Grosso em busca de oportunidades de trabalho. João trabalha como ajudante em uma ferrovia, enquanto Joyce era vendedora antes da gravidez.
"A verdade é que eu não consigo acreditar no que está acontecendo. A pior parte é saber que as crianças vão crescer sem mãe", lamentou João em entrevista ao "G1". Agora, ele busca recursos para transportar o corpo de Joyce para Tocantins após o nascimento do bebê.
De acordo a Santa Casa de Rondonópolis, a Central Estadual de Transplantes acompanha todos os exames, fornece orientações aos familiares em caso de dúvidas e mantém contato com o Sistema Nacional de Transplante. No entanto, João afirmou que a família ainda não discutiu essa opção.