
O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, divulgou uma carta oficial, nesta sexta-feira (29/8), solicitando que empresas do setor privado compareçam e participem do evento em Belém. Ele coloca a transição climática em curso como “irreversível” e “uma das maiores fontes de inovação e crescimento da história” ao pedir a vinda de CEOs, investidores e empresários.
Corrêa do Lago diz no texto que entende as dificuldades do local escolhido, mas enfatiza a importância da Amazônia na discussão climática: “Ela é símbolo da urgência planetária e lar de povos cujas vidas representam tanto a linha de frente da crise climática quanto o coração de suas soluções”.
“Ir a Belém é uma oportunidade de arregaçar as mangas, ouvir, aprender e somar-se ao espírito colaborativo do Mutirão Global. Esses diálogos críticos devem acontecer não apenas onde é fácil, mas sobretudo onde mais importa”, emendou.
A mensagem é publicada em momento crítico da COP30, já que a maioria das nações ainda não acatou as Contribuições Nacionalmente Determinadas para 2035 (NDCs), faltando menos de 75 dias para a conferência climática. As NDCs são fundamentais, segundo o presidente, para "transformar anos de compromissos em implementação completa”, e isso não pode ser feito sem o apoio da indústria.
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“Como mencionei em minha primeira carta, os líderes empresariais que anteciparem essas mudanças radicais serão aqueles que prosperarão, ao construir resiliência e aproveitar as extraordinárias oportunidades que a transição em curso oferece. Hoje, conclamo todos os líderes empresariais a se unirem ao mundo em Belém. Façam parte desse movimento, juntando-se à mobilização global por um futuro mais próspero, resiliente e sustentável”, escreveu André Corrêa.
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A presidência da COP pede ao setor privado que auxilie nos três principais objetivos da conferência. São eles:
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reforçar o multilateralismo e o regime de mudança do clima no âmbito da UNFCCC;
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conectar o regime de mudança do clima à vida real das pessoas;
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acelerar a implementação do Acordo de Paris.
Corrêa do Lago convida, ainda, as empresas para que se integrem na agenda de ação global para implementar as metas de diminuição da crise climática.
Barreiras na COP
A crise no setor hoteleiro de Belém é o maior obstáculo enfrentado pelo evento, já que, até sexta-feira passada (22), somente 47 países, de 198, haviam confirmado presença. Além disso, um dos navios contratados para reduzir a falta de estadias, o Costa Diadema, não permitiu que 20 delegações se hospedem na embarcação, devido à falta de relação dos países selecionados com os Estados Unidos, empresa operadora do navio.
André Corrêa Lago e a CEO da COP30, Ana Toni, garantiram que avanços estão sendo feitos e que os pedidos das delegações estão sendo cada vez mais atendidos.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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