
O cineasta e documentarista brasileiro Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, 42 anos, é uma das vítimas do acidente aéreo que matou quatro pessoas na noite desta terça-feira (23/9) em Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. A queda do avião de pequeno porte ocorreu próximo à Fazenda Barra Mansa, área turística da região.
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Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave explodiu ao atingir o solo. Além de Luiz Fernando, morreram o piloto Marcelo Pereira de Barros, dono da aeronave, o arquiteto chinês Kongjian Yu, considerado uma referência mundial em urbanismo sustentável, e o documentarista Rubens Crispim Jr.
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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a aeronave estava em situação regular, mas não tinha autorização para realizar táxi aéreo. As circunstâncias do acidente ainda serão investigadas.
Carreira e histórico de sucesso
Conhecido entre os amigos como Luizão, ele se consolidou como um dos principais nomes do documentário brasileiro. Foi diretor da série Dossiê Chapecó: o jogo por trás da tragédia, produzida em parceria com a Pacha Films para a WBD/HBO, que narra os bastidores do acidente aéreo envolvendo a equipe da Chapecoense em 2016 e foi indicada ao Emmy Internacional. Também assinou a direção de To win or to win, produção do grupo árabe MBC/Shahid sobre o Al Nassr FC, clube do astro português Cristiano Ronaldo.
Entre os trabalhos mais notáveis estão ainda o documentário Tudo é projeto, sobre o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, premiado pelo público na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2017, e Paisagem concreta, sobre o arquiteto Álvaro Siza, exibido no canal Arte 01 e em festivais internacionais. Para a National Geographic, dirigiu obras como O incêndio do Museu Nacional, além das séries Explorer investigation e Mundo selvagem.
Fora das telas, o trabalho começou desde 2003, junto a um grupo de amigos da Universidade de São Paulo, fundou a Confraria do Pasmado, bloco carnavalesco que se tornou um dos mais tradicionais de São Paulo. Sua esposa, a cineasta Gal Buitoni, é uma das fundadoras do grupo. O que começou como uma roda de samba entre amigos transformou-se, a partir de 2006, em um dos blocos mais populares da capital paulista, conhecido por levar milhares de pessoas às ruas da Zona Oeste durante o carnaval.
Em nota, a Confraria destacou que Luizão “encarnava, como poucos, a alma do bloco” e ressaltou seu espírito coletivo, generosidade e alegria contagiante. Amigos próximos também lembraram dele com emoção: “Era impossível não gostar do Luizão. A tristeza dessa tragédia só não é maior que a alegria que ele proporcionou a todos”, disse o amigo Lula Gouveia.
No momento da tragédia, ele estava no Pantanal para as gravações do documentário Planeta esponja, realizado em colaboração com Kongjian Yu e Rubens Crispim Jr.
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