Atropelamento

Estado de saúde de crianças atropeladas em Ceilândia Norte segue inalterado

As quatro crianças encontram-se na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). Apenas uma criança respira sem ajuda de aparelhos

Pedro Marra
postado em 24/05/2022 13:47 / atualizado em 24/05/2022 13:47
Crianças foram internadas em estado grave após atropelamento -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Crianças foram internadas em estado grave após atropelamento - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) informa, nesta terça-feira (24/5), que os quadros clínicos das crianças atropeladas, na tarde de domingo (22/5), na via P2 Norte de Ceilândia, seguem inalterados. Maria Eduarda da Silva Moura, 10 anos, recebeu alta do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) na tarde dessa segunda-feira (23/5).

 

Por motivos éticos, o instituto não pode fornecer, neste momento, informações individualizadas sobre o estado de saúde das quatro crianças que foram vítimas do atropelamento. Elas encontram-se na unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica do Hospital de Base. "Apenas uma criança encontra-se respirando de forma espontânea (sem o auxílio de aparelho)", informa o Iges-DF.

Justiça mantém motorista preso

A juíza de direito Monike de Araújo Cardoso, do Núcleo de Custódia de Ceilândia, converteu em preventiva a prisão de Francisco Manoel da Silva, 52, autor do atropelamento de cinco crianças na tarde de domingo (22/5), na via P2 de Ceilândia Norte. Francisco Manoel, que não possui carteira de habilitação (CNH) e estava bêbado, tentou fugir do local no dia do ocorrido, mas foi contido e agredido por populares.

No decorrer da audiência de custódia, a defesa do pedreiro afirmou que o cliente apenas tentou fugir do local para se proteger, além de pedir a liberdade provisória sem necessidade de fiança, já que Francisco tem endereço e renda fixa. Contudo, na visão da magistrada, pelo fato do autor dos atropelamentos não possuir CNH, além de dirigir bêbado, assumiu o risco de matar. Quatro das cinco crianças estão em estado grave.

Questionado antes da audiência se queria se pronunciar sobre algo, o pedreiro afirmou que “nunca foi preso na vida”. A juíza, no entanto, reiterou que, em 2015, Francisco Manoel teve uma passagem por outro delito de trânsito. Ao fim, questionado novamente após a decisão da juíza em que se determinou a prisão preventiva, o autor dos atropelamentos não quis se pronunciar, deixando a sala com semblante cabisbaixo. A audiência aconteceu de forma virtual.

Relembre o caso

Na tarde deste domingo (22/5), na Via P2 Norte, em Ceilândia Norte, as cinco crianças foram atropeladas. Segundo informações do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). Três delas, em estado grave, foram transportadas ao Hospital de Base. De acordo com os bombeiros, as crianças têm idades entre 4 e 10 anos. Até então, a corporação havia informado que as outras duas crianças estavam conscientes e orientadas e apresentavam apenas escoriações.

Laudo emitido pelo Instituto de Medicina Legal (IML) constatou que o motorista Francisco Manoel da Silva, 53, estava alcoolizado. Informações da Polícia Militar do DF (PMDF) mostraram que o responsável pelo atropelamento tentou fugir sem prestar socorro. Os militares tiveram que intervir, pois pessoas que testemunharam a cena tentaram agredi-lo. O autor foi preso por lesão corporal na direção de veículo automotor qualificada e por dirigir sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Três das crianças foram transferidas em estado grave do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) ao Hospital de Base do DF (HBDF), sendo que todas tiveram traumatismo cranioencefálico (TCE) e múltiplas fraturas. Segundo populares, o condutor foi parado por motociclistas na mesma avenida a aproximadamente 200 metros do local do atropelamento até a chegada da Polícia Militar.

O grupo chegou a agredir Francisco durante uma tentativa de linchamento. A reportagem foi até o Hospital de Base na noite de domingo (22/5) para conversar com a família das vítimas. Das três crianças que deram entrada na emergência da unidade, Ana Julia Pereira, 6, e Bruna Raquel Fonseca Pereira, 6, que estavam em estado mais grave, receberam duas vagas na unidade de pronto atendimento. Sofia Valentina, 4, teve que esperar alguém sair de alta para conseguir um lugar na UTI, porque as camas estavam todas ocupadas.

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