Despedida

Missa de sétimo dia eterniza o legado de Paulo Pestana

O cronista e jornalista do Correio Braziliense faleceu na última segunda-feira (11/3) por choque de dengue

Missa de sétimo dia do jornalista Paulo Pestana -  (crédito: Luís Nova/ Esp.CB/D.APress)
Missa de sétimo dia do jornalista Paulo Pestana - (crédito: Luís Nova/ Esp.CB/D.APress)
postado em 17/03/2024 12:16 / atualizado em 19/03/2024 09:07

Uma longa salva de palmas encerrou a missa de sétimo dia da morte do jornalista Paulo Pestana. A cerimônia, celebrada na manhã de ontem, na Igreja Nossa Senhora do Lago, no Lago Norte, estava repleta de familiares, amigos, artistas e políticos que expressaram admiração e carinho pelo cronista — lembrado como um profissional ímpar e um ser humano simples e simpático. Pestana, colaborador em dois suplementos do Correio, tinha 66 anos quando faleceu por choque de dengue em 11 de março.

O retrato de Paulo, no altar da igreja, transmitiu aos presentes, como recordou a esposa, Zelinda Lucca, o olhar sereno do cronista. "Um olhar de quem diz 'vai dar certo'", comentou. Zelinda preferiu não dar entrevistas e passou uma mensagem ao pároco, lida durante a homilia. "Meu marido era uma pessoa simples, que transmitia palavras de alegria e simplicidade para os outros", leu o Padre Olmer Guerrero Garcia, que completou: "É necessário que as boas sementes morram para produzir frutos. Jesus nos lembra de celebrar a vida, porque quem acredita produz frutos na eternidade. O legado do jornalista Paulo Pestana, suas histórias, seus escritos, permanecerão vivos em nossa memória".

  • Missa de sétimo dia do jornalista Paulo Pestana
    Missa de sétimo dia do jornalista Paulo Pestana Luís Nova/ Esp.CB/D.APress
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    Missa de sétimo dia do jornalista Paulo Pestana Luís Nova/ Esp.CB/D.APress
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    Missa de sétimo dia do jornalista Paulo Pestana Luís Nova/ Esp.CB/D.APress
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    Missa de sétimo dia do jornalista Paulo Pestana Luís Nova/ Esp.CB/D.APress

Rosangela Rabello, mais conhecida como "Tia Rô" da Quituart, distribuiu marcas-página com a foto do cronista antes da missa. Ela, que conviveu com o paranaense por mais de 40 anos, expressa o sentimento geral de comoção por sua morte repentina. "Não foi de repente, foi desesperadoramente de repente", frisou Rosangela. "Tudo começou na quinta-feira à noite e, na madrugada de domingo para segunda, ele morreu", suspirou. Indicando a quantidade de pessoas presentes na igreja, ela enfatizou que, apesar de reservado, Paulo tinha muitos amigos. "Veio quem gostava dele de verdade", disse.

"Essa igreja está lotada, no sepultamento foi a mesma coisa. Ele era muito querido", confirmou o músico Fernando Lopes. "A maior dádiva da minha vida foi ter sido amigo do Paulinho e do Juscelino (Kubitschek)", elogiou o seresteiro. A morte de Paulinho emocionou o jornalista Heraldo Pereira, que sofreu ao falar na perda do amigo. "O Paulinho deixa um legado de simplicidade para nós, jornalistas, que trabalhamos com esse ofício. Ele era simplicidade, na música, na convivência… Muitas pessoas que não são nem religiosas vieram à missa dele", observou.

Pestana deixou sua marca não apenas como um profissional respeitado, mas também como um mentor político, tendo sido fundamental na campanha de Ibaneis Rocha (MDB) para o governo do DF em 2018 e na reeleição em 2022. O governador esteve na celebração e reiterou a lealdade do amigo. "Paulo Pestana foi uma luz importante para que eu chegasse ao governo da minha cidade nessas duas últimas eleições. Era um profissional competente e um amigo leal que esteve sempre ao meu lado, principalmente nos momentos difíceis. Vai fazer muita falta", lamentou.

Para o empresário Paulo Octávio, Pestana tinha a habilidade de ser conciliador e crítico ao mesmo tempo. "Como figura humana, deixa o bom direcionamento, a pacificação, a busca pelo entendimento e o diálogo, tudo que o Brasil precisa nos dias de hoje", ressaltou.

Após a cerimônia, o pôster com a foto de Pestana foi levado ao Butiquim do Tuim, na Quituart, onde ele se reunia com amigos.

Memória

Natural de Ponta Grossa, o jornalista viveu em Brasília desde 1973, e se destacou na imprensa brasileira ao longo das décadas, trabalhando em órgãos como a Rádio Nacional, a Rede Globo e o jornal O Estado de S. Paulo. No Correio Braziliense, exerceu várias funções, até de editor-executivo.

Atualmente, assinava crônicas, como colaborador, na Revista do Correio e no caderno Divirta-se mais, publicadas no Blog do Pestana.

O corpo do cronista foi velado no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, na última terça-feira, e cremado no Crematório de Valparaiso. Paulo Pestana deixa esposa, dois filhos e dois netos.

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