Investigação

Pastor é preso suspeito de estuprar crianças na igreja: "Para vencer a carne"

A prisão de Francisco Rodrigues Lemos ocorreu dentro da Igreja Espírito Santo, no Sol Nascente, nessa quarta-feira (22/1)

Pastor suspeito de estuprar crianças é definido pela polícia como predador sexual  -  (crédito: Reprodução)
Pastor suspeito de estuprar crianças é definido pela polícia como predador sexual - (crédito: Reprodução)

Um pastor de uma igreja do Sol Nascente foi preso pela Polícia Civil (PCDF) sob suspeita de estuprar ao menos oito crianças e adolescentes no interior do templo. Os abusos ocorriam no interior dos templos fundados por ele, tanto no Sol Nascente quanto em Águas Lindas de Goiás.

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A prisão de Francisco Rodrigues Lemos ocorreu dentro da Igreja Espírito Santo, no Sol Nascente, nessa quarta-feira (22/1), e foi efetuada pelas equipes da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam 2).

O Correio apurou com exclusividade que ao menos sete crianças com idades entre 11 e 13 anos foram vítimas do religioso por cerca de um a dois anos. O pastor se aproveitava de locais reservados nos templos e do oferecimento de caronas para a casa para cometer os crimes.

“Testar parte carnal”

Para cometer os abusos, Francisco dizia às vítimas que o ato seria necessário para “testar a parte carnal” e ajudá-las a “vencer os desejos da carne”. Chantagens emocionais faziam parte do jogo orquestrado pelo abusador para constranger as crianças.

Segundo as investigações, ele tentava fazer com que as vítimas acreditassem que eram elas que estavam o abusando. “Você está querendo acabar com o meu casamento, me seduzindo. Você não vai conseguir acabar com o meu casamento”, dizia o pastor.

No rol de ameaças, convencia as meninas a apagar todas as mensagens de WhatsApp. Para a polícia, Francisco é considerado um predador sexual sequencial de crianças e adolescentes. Contra ele, há crimes semelhantes ocorridos em 2013, 2015 e 2017. 

O religioso também pastoreava uma filial da Igreja Universal do Reino de Deus, no Bairro Morro Azul, em São Sebastião. Por nota oficial, a Igreja Universal se manifestou e esclareceu que o desligamento se deu pelo fato do suspeito ter violado o regimento interno da instituição e os padrões bíblicos observados, ao praticar desvio de conduta, "o que a igreja considera gravíssimo, fere os bons costumes e é completamente incompatível com a atividade pastoral". 


"Reforçamos ainda que, se em algum momento, no período em que esteve conosco como um oficial, tivessem emergido acusações de crimes, como esses trazidos na publicação em questão, a Universal teria, prontamente, denunciado os mesmos às autoridades competentes, pois ela jamais se silenciaria diante de tal situação", reforçou a Universal. 

A reportagem tenta contato com a defesa do religioso. O espaço segue aberto para manifestações.

Darcianne Diogo
postado em 24/01/2025 00:17 / atualizado em 24/01/2025 18:01
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