VULNERABILIDADE

Governo realiza ações de acolhimento a moradores de rua na Asa Norte

Operações serão realizadas em 28 endereços, com abordagens sociais por parte de diversas secretarias do GDF

Na operação de ontem, 11 pessoas em situação de rua foram atendidas pelas equipes dos diversos órgãos -  (crédito: Mila Ferreira/CB)
Na operação de ontem, 11 pessoas em situação de rua foram atendidas pelas equipes dos diversos órgãos - (crédito: Mila Ferreira/CB)

Ações de acolhimento de moradores de rua na Asa Norte estão sendo reforçadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) a partir desta semana. A nova fase começou nessa terça-feira (11/3) e tem o objetivo de realizar operações em 28 endereços diferentes, todos na Asa Norte.  As ações têm acontecido semanalmente desde abril de 2024. O Correio acompanhou a operação no primeiro ponto do dia, no balão do Setor Comercial Norte, onde está a 5ª Delegacia de Polícia, próximo ao estádio Mané Garrincha. Foram visitadas também as quadras 201 e 602 Norte e encontradas 11 pessoas, atendidas pelas equipes das diversas secretarias presentes, 13 estruturas de lona e madeira foram removidas, assim como dois caminhões de entulho.

De acordo com o procedimento padrão da abordagem social, um atendimento prévio é realizado ainda no local onde a pessoa em situação de vulnerabilidade se encontra. Agentes da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) fazem um primeiro contato, oferecendo acolhimento e abrigo. Se a pessoa tiver interesse em trabalhar, agentes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet) oferecem uma carta de emprego, isto é, um documento que formaliza o encaminhamento direto para empresas com vagas de trabalho abertas.

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Desde o início das operações, foram emitidas 240 cartas de emprego e, destas, 10 pessoas colocadas em postos de trabalho. As vagas são destinadas pelas Agências do Trabalhador às pessoas em situação de vulnerabilidade. Portaria publicada no último dia 17 de fevereiro determina que 2% das vagas de trabalho em licitações de serviços e obras públicas distritais devem ser destinadas diretamente às pessoas em situação de vulnerabilidade. 

Agentes da Secretaria de Saúde (SES) também participam da abordagem, oferecendo vacinas, consultas, exames e encaminhamento a hospitais e unidades de saúde, caso necessário. Tralhas, entulho e lixo são recolhidos por agentes da SLU. A Polícia Militar participa para garantir a segurança de todos e os agentes da Novacap ficam responsáveis por transportar pertences de grande porte das pessoas em situação de vulnerabilidade para algum abrigo ou para a casa de familiares. Em último caso, o governo levará os objetos pessoais ao depósito da pasta para retirada em até 60 dias, sem qualquer custo para o responsável. Agentes da Codhab também oferecem apoio no cadastro para acesso a programas habitacionais do GDF.   

A iniciativa é uma parceria entre as secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), Saúde (SES-DF), Educação (SEEDF), Secretaria da Mulher (SMDF), Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet-DF), Segurança Pública (SSP-DF), Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) e de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), além do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), da Novacap, da Codhab, do Detran-DF, da Polícia Militar (PMDF), da Polícia Civil (PCDF), do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) e do Conselho Tutelar.

Segundo o coordenador da operação, o agente da DF Legal Robson Godoi, o trabalho é minucioso e humanizado. "Dependendo do ponto, da situação e da quantidade de pessoas, chegamos a passar até duas horas no mesmo local. É um trabalho de convencimento e sensibilização. Se a pessoa não quer sair, não podemos obrigar. Mas, na maioria das vezes, passamos no mesmo ponto novamente outro dia. Aos poucos, nós vamos sensibilizando as pessoas de que vale a pena aproveitar as oportunidades de mudança de vida", destacou. "Quem quer ser ajudado vai ser ajudado. Nosso trabalho é acolhimento", completou.

O Correio acompanhou a abordagem a um casal, que não quis se identificar e vivia em uma estrutura em madeira e lona montada no balão em frente à 5ª DP. Apesar de resistentes a princípio, eles aceitaram ajuda para tirar os documentos de identidade. Lixo e entulhos foram removidos, mas o casal se recusou a deixar o local. 

 


Mila Ferreira
postado em 12/03/2025 02:00
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