
Ramos em mãos, orações e cantos litúrgicos. Assim foi o Domingo de Ramos dos fiéis que participaram de procissões e missas em todo o Distrito Federal. A data, que marca o início da Semana Santa, reuniu cerca de 800 pessoas na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, onde o cardeal Dom Paulo Cezar conduziu o momento da eucaristia, após procissão que partiu da Cúria Metropolitana. A celebração recorda o dia em que Jesus chegou a Jerusalém, local marcado por sua crucificação, morte e ressurreição.
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Ao Correio, Dom Paulo Cezar explica que, após enaltecer a entrada de Jesus em Jerusalém, a Igreja evoca o momento de sua morte, no qual "Ele deu a vida pela nossa salvação". "É uma semana em que todos nós, de certa forma, nos sentimos envolvidos, no qual o povo católico vem à Igreja se confessar e participar de diversas celebrações previstas para o período. Nosso povo sente o amor e se identifica com o sofrimento de Cristo", diz o cardeal.
Conforme relatado na Bíblia, Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumento e foi recebido com alegria por uma multidão, a qual, acredita-se, agitava ramos de palmeira para saudá-lo. Por isso, o nome da comemoração. Ao longo do tempo, os ramos passaram a representar o reconhecimento de Jesus como messias de Israel, prometido por Deus, além de um sinal de paz e fé. Muitos fiéis, inclusive, costumam guardá-los em locais visíveis e especiais nas casas, como forma de simbolizar a presença de Deus.
A data é comemorada pelo educador físico Carlos Augusto Marques, 46 anos, desde a infância, quando sua mãe o levava às procissões de Ramos. Na Catedral de Brasília, ele estava acompanhado do filho, Arthur, 11, ambos com ramos de palmeira nas mãos. "Em casa, temos o costume de deixá-los (os ramos) secando em um local mais reservado, para que ninguém esbarre. Então, na Quarta-feira de Cinzas, no ano seguinte, levamos à Igreja para serem queimados e as cinzas, impostas em forma de cruz, sobre nós, os fiéis", contou.
Juliana Neves, 33, também segurava ramos de oliveira, colhidos em casa, durante a procissão e a missa na Catedral. "Todos os anos participamos da data, que dá início à semana com o dia mais importante para nós, católicos, a Páscoa. Vamos passar os próximos dias celebrando a paixão de Cristo", disse, acompanhada do filho. Os ramos abençoados retornam ao lar da nutricionista e são distribuídos entre todos os familiares. Temos a mania de retirar alguns galhos para guardar no porta-malas dos carros e em cima da porta principal da casa. Só trocamos no Domingo de Ramos do ano que vem", relatou.
Tradição
O cardeal Dom Paulo Cezar lembra que as celebrações populares durante o domingo expressam a força do amor dos fiéis por Cristo. "O nosso povo se identifica com o sofrimento de Cristo, quando, por exemplo, faz penitências durante a Sexta-Feira Santa. A beleza do amor de Cristo continua a fazer história na vida das pessoas, nos permitindo viver com esperança", destaca. A comemoração do Domingo de Ramos, na Catedral, também contou com a presença de fiéis que vieram de outros estados.
O casal Maria Aparecida dos Santos, 72, e José Álvaro dos Santos, 72, veio de Ipatinga, em Minas Gerais, para visitar a filha na capital e aproveitou para participar da celebração, tradição de longa data na família. "Quando me contaram da missa, pensei 'não posso ficar de fora', pois, se não estivesse viajando, certamente iria comemorar", contou a dona de casa. Pela primeira vez em Brasília, o casal também pretende assistir à encenação da Via Sacra no Morro da Capelinha, em Planaltina. "Já ouvimos falar muito (da apresentação) e não queremos ficar de fora", completou o aposentado.
Devota, a aposentada Florinda Zanete, 71, celebra o Domingo de Ramos desde criança e, pela primeira vez em Brasília, encantou-se com a beleza da Catedral. Seu ramo de palmeira, firme em suas mãos, vai viajar até Santa Bárbara do Oeste, em São Paulo, onde será distribuído entre a família e deve ser queimado em circunstâncias bastante específicas. "Quando sentimos que um temporal se aproxima, queimamos o ramo para afastar qualquer tragédia que possa resultar dessas tempestades. O restante das cinzas costumamos jogar no jardim da nossa casa", detalha.
O Domingo de Ramos dá início à Coleta Nacional da Campanha da Fraternidade 2025, iniciativa que representa o engajamento dos cristãos na transformação social e na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Os recursos arrecadados serão destinados ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), que apoia projetos sociais com foco nas populações em situação de vulnerabilidade.
Saiba Mais
Programação para a Semana Santa
- Quinta-feira (17/4):
9h - Missa do Crisma – Catedral;
20h – Missa da Ceia do Senhor – Catedral;
- Sexta-feira da Paixão (18/4):
15h - Celebração da Paixão de Cristo - Morro da Capelinha;
15h – Celebração da Paixão de Cristo - Catedral;
- Sábado (19/4):
20h - Solene Vigília Pascal – Catedral;
- Domingo de Páscoa (20/4):
10h30 e 18h – Missa de Páscoa – Catedral;
- Segunda-feira (21/4):
10h - Jubileu da Arquidiocese de Brasília – Catedral.