Religiosidade

Celebração de fé e paz marcam o Domingo de Ramos em Brasília

Cerca de 800 fiéis participaram das celebrações de Domingo de Ramos na Catedral de Brasília. A data determina o início da Semana Santa e recorda o dia em que Jesus chegou a Jerusalém, local marcado por sua crucificação, morte e ressurreição

Domingo de Ramos reuniu cerca de 800 fiéis na Catedral Metropolitana para procissão e missa que dá início à Semana Santa -  (crédito:  Mariana Campos/CB/D.A Press)
Domingo de Ramos reuniu cerca de 800 fiéis na Catedral Metropolitana para procissão e missa que dá início à Semana Santa - (crédito: Mariana Campos/CB/D.A Press)

Ramos em mãos, orações e cantos litúrgicos. Assim foi o Domingo de Ramos dos fiéis que participaram de procissões e missas em todo o Distrito Federal. A data, que marca o início da Semana Santa, reuniu cerca de 800 pessoas na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, onde o cardeal Dom Paulo Cezar conduziu o momento da eucaristia, após procissão que partiu da Cúria Metropolitana. A celebração recorda o dia em que Jesus chegou a Jerusalém, local marcado por sua crucificação, morte e ressurreição.

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Ao Correio, Dom Paulo Cezar explica que, após enaltecer a entrada de Jesus em Jerusalém, a Igreja evoca o momento de sua morte, no qual "Ele deu a vida pela nossa salvação". "É uma semana em que todos nós, de certa forma, nos sentimos envolvidos, no qual o povo católico vem à Igreja se confessar e participar de diversas celebrações previstas para o período. Nosso povo sente o amor e se identifica com o sofrimento de Cristo", diz o cardeal.

Conforme relatado na Bíblia, Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumento e foi recebido com alegria por uma multidão, a qual, acredita-se, agitava ramos de palmeira para saudá-lo. Por isso, o nome da comemoração. Ao longo do tempo, os ramos passaram a representar o reconhecimento de Jesus como messias de Israel, prometido por Deus, além de um sinal de paz e fé. Muitos fiéis, inclusive, costumam guardá-los em locais visíveis e especiais nas casas, como forma de simbolizar a presença de Deus. 

A data é comemorada pelo educador físico Carlos Augusto Marques, 46 anos, desde a infância, quando sua mãe o levava às procissões de Ramos. Na Catedral de Brasília, ele estava acompanhado do filho, Arthur, 11, ambos com ramos de palmeira nas mãos. "Em casa, temos o costume de deixá-los (os ramos) secando em um local mais reservado, para que ninguém esbarre. Então, na Quarta-feira de Cinzas, no ano seguinte, levamos à Igreja para serem queimados e as cinzas, impostas em forma de cruz, sobre nós, os fiéis", contou.

Para Carlos Augusto e o filho Arthur, comemorar o Domingo de Ramos é uma tradição
Para Carlos Augusto e o filho Arthur, comemorar o Domingo de Ramos é uma tradição que passa entre gerações (foto: Fotos: Letícia Mouhamad/CB/DA Press - Mariana Campos/CB/D.A Press)

Juliana Neves, 33, também segurava ramos de oliveira, colhidos em casa, durante a procissão e a missa na Catedral. "Todos os anos participamos da data, que dá início à semana com o dia mais importante para nós, católicos, a Páscoa. Vamos passar os próximos dias celebrando a paixão de Cristo", disse, acompanhada do filho. Os ramos abençoados retornam ao lar da nutricionista e são distribuídos entre todos os familiares. Temos a mania de retirar alguns galhos para guardar no porta-malas dos carros e em cima da porta principal da casa. Só trocamos no Domingo de Ramos do ano que vem", relatou. 

Tradição

O cardeal Dom Paulo Cezar lembra que as celebrações populares durante o domingo expressam a força do amor dos fiéis por Cristo. "O nosso povo se identifica com o sofrimento de Cristo, quando, por exemplo, faz penitências durante a Sexta-Feira Santa. A beleza do amor de Cristo continua a fazer história na vida das pessoas, nos permitindo viver com esperança", destaca. A comemoração do Domingo de Ramos, na Catedral, também contou com a presença de fiéis que vieram de outros estados. 

Maria Aparecida e José Álvaro dos Santos estão animados para assistir à encenação na Via Sacra
Pela primeira vez em Brasília, Maria Aparecida e José Álvaro dos Santos estão animados para assistir à encenação na Via Sacra (foto: Letícia Mouhamad/CB/DA Press)

O casal Maria Aparecida dos Santos, 72, e José Álvaro dos Santos, 72, veio de Ipatinga, em Minas Gerais, para visitar a filha na capital e aproveitou para participar da celebração, tradição de longa data na família. "Quando me contaram da missa, pensei 'não posso ficar de fora', pois, se não estivesse viajando, certamente iria comemorar", contou a dona de casa. Pela primeira vez em Brasília, o casal também pretende assistir à encenação da Via Sacra no Morro da Capelinha, em Planaltina. "Já ouvimos falar muito (da apresentação) e não queremos ficar de fora", completou o aposentado. 

Devota, a aposentada Florinda Zanete, 71, celebra o Domingo de Ramos desde criança e, pela primeira vez em Brasília, encantou-se com a beleza da Catedral. Seu ramo de palmeira, firme em suas mãos, vai viajar até Santa Bárbara do Oeste, em São Paulo, onde será distribuído entre a família e deve ser queimado em circunstâncias bastante específicas. "Quando sentimos que um temporal se aproxima, queimamos o ramo para afastar qualquer tragédia que possa resultar dessas tempestades. O restante das cinzas costumamos jogar no jardim da nossa casa", detalha. 

Florinda Zanete vai levar os ramos de palmeira para sua cidade, Santa Bárbara do Oeste, em São Paulo
Florinda Zanete vai levar os ramos de palmeira para sua cidade, Santa Bárbara do Oeste, em São Paulo (foto: Letícia Mouhamad/CB/DA Press)

O Domingo de Ramos dá início à Coleta Nacional da Campanha da Fraternidade 2025, iniciativa que representa o engajamento dos cristãos na transformação social e na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Os recursos arrecadados serão destinados ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), que apoia projetos sociais com foco nas populações em situação de vulnerabilidade.

Programação para a Semana Santa

- Quinta-feira (17/4): 

9h - Missa do Crisma – Catedral;

20h – Missa da Ceia do Senhor – Catedral;

- Sexta-feira da Paixão (18/4):

15h - Celebração da Paixão de Cristo - Morro da Capelinha;

15h – Celebração da Paixão de Cristo - Catedral;

- Sábado (19/4):

20h - Solene Vigília Pascal – Catedral;

- Domingo de Páscoa (20/4):

10h30 e 18h – Missa de Páscoa – Catedral;

- Segunda-feira (21/4):

10h - Jubileu da Arquidiocese de Brasília – Catedral.

  • O cardeal Dom Paulo Cezar destaca que o amor de Cristo continua a fazer história na vida das pessoas
    O cardeal Dom Paulo Cezar destaca que o amor de Cristo continua a fazer história na vida das pessoas Foto: Mariana Campos/CB/D.A Press
  • A procissão partiu da Cúria Metropolitana. A data marca o dia em que Jesus chegou a Jerusalém, onde foi crucificado
    A procissão partiu da Cúria Metropolitana. A data marca o dia em que Jesus chegou a Jerusalém, onde foi crucificado Foto: Mariana Campos/CB/D.A Press
  • Florinda Zanete vai levar os ramos de palmeira para sua cidade, Santa Bárbara do Oeste, em São Paulo
    Florinda Zanete vai levar os ramos de palmeira para sua cidade, Santa Bárbara do Oeste, em São Paulo Foto: Letícia Mouhamad/CB/DA Press
  • Para Carlos Augusto e o filho Arthur, comemorar o Domingo de Ramos é uma tradição que passa entre gerações
    Para Carlos Augusto e o filho Arthur, comemorar o Domingo de Ramos é uma tradição que passa entre gerações Foto: Fotos: Letícia Mouhamad/CB/DA Press - Mariana Campos/CB/D.A Press
  • Pela primeira vez em Brasília, Maria Aparecida e José Álvaro dos Santos estão animados para assistir à encenação na Via Sacra
    Pela primeira vez em Brasília, Maria Aparecida e José Álvaro dos Santos estão animados para assistir à encenação na Via Sacra Foto: Letícia Mouhamad/CB/DA Press
postado em 14/04/2025 06:00
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