
São Sebastião, formada antigamente pelas terras pertencentes às fazendas Taboquinha, Papuda e Cachoeirinha, completa 33 anos nesta quarta-feira (25/6). No princípio, a região era usada apenas por olarias, locais onde se produzem peças de cerâmica, visando suprir a demanda por materiais de construção para Brasília. Mesmo após a desativação desses setores, a população permaneceu na área e foi criado um vilarejo. Hoje, o território da Região Administrativa possui mais de 26 mil hectares, com 130 mil habitantes, segundo o último censo. Entretanto, de acordo com a Administração da região, com o crescimento da cidade, estima-se que esse número esteja em 170 mil pessoas atualmente.
São Sebastião conta com muitos pontos importantes para os moradores. A praça do Reggae, que fez 10 anos em 2025, a Feira Permanente, local que conta com pastelaria, comidas de todas as regiões, frutas, roupas, brinquedos e sapatos para vender. Ela reúne todos os materiais necessários. Além dela, São Sebastião também é ponto do Parque Ecológico Residencial e a Biblioteca Comunitária do Bosque, que são outras boas opções para aqueles que queiram conhecer locais característicos. Para quem é do esporte, lá também atende esse requisito, já que sedia o Campo Central, um campo sintético que é ponto tradicional das peladas de futebol da cidade. A rua que é protagonista pelos comércios, farmácias, bancos e outras lojas se chama Avenida Central. Ela é conhecida como o “coração” da cidade, justamente pela sua importância e destaque em vendas.
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Justamente por isso, os moradores não sentem a necessidade de sair do local para outras cidades satélites, já que os mantimentos essenciais podem ser encontrados por lá mesmo. Andrey Nascimento, tem 31 anos, é vendedor e mora desde os 25 na região. Ele veio de Rondônia para São Sebastião, mas acredita que já criou raízes. “Eu vim, fiz faculdade, criei amizades aqui e acabei ficando”, conta. Apesar de não sair muito de casa, Andrey gosta de rolês gastronômicos. “Gosto de sair para comer sushi, pizza, hambúrguer”, argumenta. Para ele, a cidade já obteve melhoras, mesmo nesse pouco tempo. Ele diz que já percebeu a facilidade de achar transporte público, a boa localização, e o baixo custo de vida em relação a outras cidades satélites de Brasília. Ele também relata que não tem pretensão de sair da cidade e recomenda a região administrativa para outras pessoas.
Empreendedorismo
Outra que também gosta da RA é a aposentada Iracema Araújo, 62. Ela morava no Cruzeiro com os irmãos mas, após vender o apartamento, decidiu residir no local. Essa mudança ocorreu há 15 anos. Ela gosta de ir à igreja, à Feira Permanente, e confessa que frequenta o lugar sempre. “A característica forte daqui, para mim, é o empreendedorismo. Tem muita gente que pratica essa atividade. Eu acho uma cidade muito empreendedora. Isso valoriza mais aqui, com o aumento da movimentação de pessoas e a geração de empregos também”, menciona. “Quando eu cheguei aqui, aproveitei que já tinha me aposentado e fiz minha faculdade de Relações Humanas. Agora quero fazer psicologia, na Universidade de Brasília (UnB)”, finaliza.
Luiz Henrique de Araújo, 68, é vendedor de comidas mineiras, como queijos e doces de leite. Ele mora desde os 38 anos em Brasília, mas está há 20 na região, que foi quando abriu a sua banca na feira. “Muita coisa mudou de lá pra cá. Quando eu entrei aqui, não tinha absolutamente nada e agora tá melhorando. Gosto de morar aqui demais”, afirma. O feirante têm três filhos, que o visitam regularmente. Sobre o que mais gosta de fazer, ele revela que é tomar cerveja no fim de semana. “Tem um barzinho aqui do lado que eu sempre vou. Domingo tem forró na ponte e, como segunda-feira a gente folga, de manhã sempre estou bebendo”, acrescenta o vendedor.
O empresário acha também que a cidade é bem tranquila, já que não sabe de ninguém que tenha sofrido com assalto, furtos ou algum tipo de violência na região. “Pode vir morar aqui tranquilo, que aqui é sossegado, é meio que a gente morar na fazenda. É bom demais", finaliza.
Evolução
A professora de atividade Ana Téssia Jacinto de Souza, 71, mora há 19 anos no local, mesmo tempo em que ingressou na secretaria de educação. Ela diz que o que precisa no dia a dia, encontra na cidade. Além disso, afirma que a cidade evoluiu muito, já que antes tinha muita poeira, sem arborização, e que as pessoas mudaram os seus comportamentos. “Hoje as pessoas já se comportam diferente, são mais alinhadas com a sociedade. Antes eram mais brutos, mais estúpidos. As pessoas falam assim: "Ah, é um lugar perigoso". Eu nunca fui assaltada na minha cidade. Hoje o meu portão dormiu aberto e eu nem sabia”, declara.
O belo-horizontino cruzeirense Bruno Zenóbio, 47, está em São Sebastião há 14 anos, e atua como servidor público. Ele mora com a esposa, a sogra e filho na cidade, e acredita que desde que chegou, em 2011, há muitas lojas e comércios novos. “Um dos melhores lugares é justamente a Feira Permanente. Todo domingo eu venho aqui e é muito legal, porque tem produtores locais, então compramos queijos, ovos caipiras, porco caipira e por isso eu acho que é o maior atrativo turístico daqui”, comenta.
“Raramente saio daqui, porque tem tudo aqui perto. Todos os serviços, como mecânico, eletricista, lojas, roupas, padarias e cada vez com uma qualidade melhor. Eu conheço bastante produtores e sempre acabo arranjando contato também. Acho que, inclusive, o pessoal deveria até conhecer mais essa parte da cidade. Quem tiver vontade de conhecer uma cidade diferente, bem raiz mesmo, venha para a feira de São Sebastião para conhecer a Brasília raiz, do interior”, finaliza o servidor.
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