MERENDA

TCDF pede explicação da Secretaria de Educação sobre plástico e couro na merenda

Tribunal apura denúncias sobre presença de gordura excessiva, plástico e couro na carne servida a estudantes da rede pública do DF. Pasta informou que a única inconsistência encontrada foi o percentual de gordura 1,7% acima do previsto em edital

Fachada TCDF -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Fachada TCDF - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) determinou que a Secretaria de Educação do DF (SEE/DF) esclareça possíveis irregularidades no fornecimento de carne bovina na merenda das escolas públicas do Distrito Federal.

De acordo com uma denúncia recebida pelo TCDF, gestores de unidades escolares relataram que a carne moída do tipo acém apresenta excesso de gordura e, em alguns casos, materiais estranhos, como pedaços de plástico, couro e fragmentos de rótulos.

A denúncia partiu do Conselho de Alimentação Escolar do DF (CAE/DF), que protocolou uma representação apontando a má qualidade da carne fornecida pela empresa Frioli Oliveira Ltda, contratada pela SEE/DF. Segundo o documento, as irregularidades foram identificadas em diversas escolas de diferentes regiões administrativas.

O caso mais grave teria sido registrado no Centro de Ensino Fundamental Santos Dumont, em Santa Maria, onde foram encontrados 154 quilos de carne com excesso de gordura, além de fragmentos de plástico e couro misturados ao alimento.

Outras unidades também relataram problemas. Na Escola Classe 108, em Samambaia, e no Centro de Ensino Especial 01, no Plano Piloto, a carne apresentava grande quantidade de sebo. Na Escola Classe 41, em Taguatinga, o lombo suíno, considerado uma carne magra, teria chegado com excesso de gordura.

Vigilância

Procurada pela reportagem do Correio, a  SEE/DF informou que, após relatos de algumas unidades escolares sobre possíveis inconsistências no teor de gordura da carne moída fornecida, solicitou à Vigilância Sanitária a coleta de amostras do produto para análise laboratorial pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN).

Ainda de acordo com a pasta, o laudo do LACEN indicou que a única inconsistência encontrada foi o percentual de gordura 1,7% acima do previsto em edital. “É importante ressaltar que não foram identificados problemas sanitários ou nutricionais, e o alimento não foi considerado impróprio para consumo. Mesmo assim, de forma preventiva, a Secretaria determinou à empresa contratada o recolhimento de todo o lote analisado e as substituições por um novo, que só foi distribuído após aprovação em nova análise laboratorial”, afirmou. 

A SEEDF detalhou que e representantes do Conselho de Alimentação Escolar do DF também realizaram visita técnica às instalações da empresa fornecedora para verificar as condições higiênico-sanitárias, os processos de produção, embalagem, transporte e distribuição do produto. Além disso, testes sensoriais e visuais foram realizados em unidade escolar antes do uso do novo lote, confirmando a qualidade do alimento.

“Em paralelo, foi instaurado processo para apuração de responsabilidades e eventual aplicação de deliberações à empresa, por descumprimento do padrão estabelecido em edital.Todos os dados e medidas adotadas já foram encaminhados ao Tribunal de Contas do Distrito Federal. A SEE/DF reafirma seu compromisso com a execução ética e responsável do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), garantindo refeições seguras, saudáveis e adequadas aos estudantes da rede pública de ensino do DF”, finalizou a pasta. 



postado em 30/06/2025 17:06
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