Poucos jornalistas podem dizer que acompanharam de perto, ao longo de cinco décadas, a transformação cultural de Brasília e do Brasil. Irlam Rocha Lima, repórter e colunista do Correio Braziliense, é um deles. Com cinco décadas de carreira — todas vividas na mesma redação —, ele acaba de lançar o livro Artes em Festa - 50 anos de reportagem cultural, uma coletânea com alguns dos textos mais marcantes da sua trajetória.
A comemoração ocorreu nessa segunda-feira (23/6), no Bar Beirute, na 109 Sul, cenário emblemático da cultura brasiliense. Rodeado de amigos, colegas de profissão e familiares, o jornalista recebeu homenagens, abraços e muitos relatos sobre o impacto do seu trabalho na história cultural da cidade.
Em conversa com a reportagem, ele conta que continuará escrevendo, registrando as coisas que ele gosta. Questionado sobre a possibilidade de um terceiro livro, o jornalista respondeu com o bom humor. "Nada impede que venha um outro livro. Não tenho nada em perspectiva, mas nada é improvável", disse, deixando em aberto mais um capítulo.
- Repórter e colunista do Correio Irlam Rocha Lima celebra 50 anos de jornalismo
- 50 anos de Irlam do Correio
Amigos e admiradores
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) destacou a importância de Irlam para a memória cultural de Brasília e do país: "Acho que ele é um patrimônio, patrimônio da nossa cidade e da cultura brasileira. Ter a oportunidade de levar pra casa suas crônicas sobre o Brasil que resiste e se reinventa através de suas expressões culturais é uma verdadeira alegria. As crônicas do Irlam nos permitem conhecer as entranhas de um Brasil muitas vezes invisibilizado", afirmou.
O jornalista José Cruz, de 80 anos, também fez questão de marcar presença no lançamento e relembrou a convivência com Irlam na redação do Correio nos anos 80. "Quando cheguei ao jornal, em 1985, o Irlam já estava na editoria de Cultura. Como eu também era dos que chegavam cedo na redação, a gente sempre trocava algumas palavras antes de começar o trabalho. Foi assim que nossa amizade foi se fortalecendo", contou.
Para Cruz, Irlam é um exemplo de repórter. "Nunca me esqueço de um show da Elba Ramalho, aqui em Brasília, com cerca de 10 mil pessoas. Logo após a primeira música, ela parou para perguntar à plateia. "'Quero saber se o meu amigo Irlam está aí'. Isso mostra o quanto ele é respeitado pelos artistas que cobre", lembrou, sorrindo.
Entre os amigos e admiradores presentes, o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-DF), Vitor Corrêa, também fez questão de homenagear o jornalista. "Irlam é motivo de muito orgulho para essa cidade. Ele é sinônimo de tradição, de valorização de Brasília e da construção da nossa identidade cultural. Uma pessoa que fala de Brasília, fala do Brasil e faz isso pelo olhar da cultura, da música, da arte", destacou.
Amigas de longa data, Marisa Santos, 57, Cláudia Santos, 57, e Ivani Moura, 73, também estiveram no Beirute para prestigiar Irlam. As três têm uma ligação que vai além da amizade recente: são todas conterrâneas de Barreiras, na Bahia, assim como o jornalista.
"Somos amigos há mais de 50, quase 60 anos. Sempre acompanhamos de perto toda a trajetória dele", contou Ivani, professora. Marisa, também professora, relembrou que a casa da família era conhecida como a "embaixada dos barreirenses" na capital. "Lá se reuniam todos os amigos vindos da Bahia. Discutiam sobre tudo: política, economia, música, carnaval. E o Irlam sempre estava no meio dessas conversas. Mantivemos a amizade até hoje", disse.
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