Gripe aviária

Zoológico de Brasília será reaberto na segunda-feira (7/7)

Fechado desde 28 de maio, após o registro de dois casos da doença, o parque volta a receber visitantes a partir da próxima segunda-feira. Em julho, o espaço funcionará todos os dias da semana e terá programação especial

A interdição começou em 28 de maio, após duas aves serem encontradas mortas -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
A interdição começou em 28 de maio, após duas aves serem encontradas mortas - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O Zoológico de Brasília voltará a receber visitantes a partir da segunda-feira (07/07), depois de ficar fechado por mais de um mês, em decorrência de dois casos confirmados de gripe aviária. Para a reabertura, o local seguirá normas de biosseguridade e medidas reforçadas de proteção, como a desinfecção dos funcionários ao entrar e sair do parque, além de novos equipamentos de proteção individual. Para os visitantes, o acesso segue normal.

Inicialmente, a interdição do zoo ocorreu em 28 de maio, após duas aves serem encontradas mortas — um pombo e um irerê —, o que levantou a suspeita de gripe aviária. O pombo não apresentava o vírus, mas os testes do irerê detectaram a presença do H5N1, em 3 de junho, o primeiro caso da doença no DF em 2025. Os exames foram feitos pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). 

Em 13 de junho, uma nova suspeita manteve a interdição do Zoológico, depois que um emu — ave de origem australiana — apresentou sintomas neurológicos compatíveis com a doença. O caso foi confirmado três dias depois, pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Campinas (SP). 

Segundo a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF), as amostras dos animais foram analisadas e indicaram que os vírus detectados apresentaram semelhança com casos registrados na América do Norte, o que sugere a chegada do vírus no Brasil por rotas migratórias das aves.

Alerta para humanos

Com os diagnósticos comprovados, 21 pessoas foram monitoradas por terem tido contato com as aves contaminadas, mas nenhuma apresentou sintomas. O acompanhamento foi feito pela equipe do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS/DF). 

A doença apresenta baixo risco de transmissão para humanos por meio da alimentação, mas o contato direto com animais infectados pode representar perigo. De acordo com o Ministério da Saúde, aves infectadas transmitem o vírus por meio da saliva, secreções de mucosas e fezes. Em humanos, a infecção pode ocorrer especialmente ao inalar gotículas contaminadas ou ao tocar superfícies com o vírus e, em seguida, levar a mão aos olhos, boca ou nariz.

Humanos que contraem a doença apresentam febre alta e tosse seguida de falta de ar ou desconforto respiratório. Diarreia, vômito, dor abdominal, sangramento do nariz ou gengivas também podem ser relatados. O Ministério da Saúde informa que o tratamento é feito com antivirais, preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. Em casos graves, pode haver pneumonia, insuficiência respiratória, falência de múltiplos órgãos e infecções secundárias.

Reabertura

Segundo a Seagri, a decisão de reabrir o zoológico levou em conta a ausência de novos casos no DF, além de seguir os critérios técnicos e diretrizes do Mapa, como a identificação de casos suspeitos, a notificação imediata e a investigação laboratorial. Além disso, o zoo continua a seguir as medidas de controle e erradicação do vírus em caso de confirmação, que envolvem a desinfecção do local e eliminação de carcaças e resíduos. 

Durante a interdição, a Seagri informou que fez inspeções em propriedades rurais, comerciais de aves e criações domésticas em um raio de três quilômetros ao redor do zoológico. Além disso, fizeram ações de vigilância em regiões com maior risco para a disseminação da influenza, como áreas de concentração de aves migratórias silvestres e aquáticas. 

As inspeções contaram com a verificação da saúde dos animais e a orientação dos produtores sobre os sinais clínicos compatíveis com doenças aviárias. No caso da gripe aviária, os principais sintomas incluem dificuldade respiratória, secreção nasal ou ocular, espirros, incoordenação motora, torcicolo e diarreia.

A Seagri recomendou que o Zoológico adote medidas complementares para fortalecer a proteção contra riscos biológicos, como atualização do Plano de Contingência Interno; elaboração de um plano de continuidade das ações de biossegurança; melhorias estruturais nos recintos para prevenir o contato entre aves silvestres e cativas; controlar a presença de aves domésticas e animais errantes, que têm acesso livre às ruas; melhoria na qualidade da água dos lagos; reforçar a limpeza e desinfecção dos recintos; e a implementação de área específica para triagem e quarentena de animais com sinais clínicos compatíveis com doenças aviárias. 

De acordo com a pasta, suspeitas de doenças em aves silvestres ou domésticas devem ser comunicadas à Gerência de Sanidade Animal pelos canais: telefone (61) 99154-1539 ou e-mail falecomadefesa@seagri.df.gov.br.

Funcionamento

O Zoológico informou que, devido à alta procura, o espaço abrirá todos os dias da semana em julho. No mês das férias escolares, o zoo contará com uma programação especial com visita guiada, exposição com itens do museu e atividades lúdicas com personagens. A entrada custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Aos domingos, o ingresso é gratuito como parte do programa Lazer para Todos.

 

postado em 03/07/2025 04:00
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