
Em um momento marcante para a comunidade católica do Distrito Federal, a imagem de Santo Antônio, o casamenteiro, foi conduzida em uma procissão naútica inédita pelas águas do Lago Paranoá. O cortejo partiu em uma carreata do Santuário Santo Antônio, na 911 Sul, e teve como objetivo ampliar a evangelização em um dos principais cartões-postais de Brasília.
Do santuário, a imagem do padroeiro foi levada até o Pontão do Lago Sul. A partir desse ponto, teve início a etapa mais simbólica do evento, a travessia fluvial em uma embarcação da Marinha, até o Clube Naval de Brasília, no Setor de Clubes Sul. Fiéis acompanharam o cortejo em lanchas e barcos previamente autorizados. O trajeto sobre as águas foi marcado por canções, orações e demonstrações de fé.
O arcebispo militar do Brasil, Dom Marcony Vinícius Ferreira, destacou o caráter simbólico da romaria náutica. "É uma alegria homenagearmos Santo Antônio, um santo venerado em todo o Brasil e, de modo especial, em Brasília. A procissão se alinha ao Ano do Jubileu da Esperança, proclamado pelo papa Francisco. Somos convidados a sermos peregrinos da esperança. E essa caminhada sobre as águas é também um caminho de paz, de unidade e de crescimento", afirmou. Ele ressaltou a importância de ocupar o lago com significado espiritual. "Temos esse lago que nos abraça, então, por que não usá-lo também para a fé?", indagou.
Segundo frei Edgar Alves, do Santuário Santo Antônio, a ideia começou a ser desenhada no ano passado. "Foi um sonho sendo construído em conjunto", contou. A imagem conduzida é antiga e faz parte do acervo do santuário desde os primeiros anos de Brasília. "Ela representa essa proximidade de Santo Antônio com o povo. Trazer essa imagem para o lago é um gesto de reencontro. Talvez desperte na memória e no coração das pessoas esse amor pelo santo", completou.
Entre os fiéis, emoção e gratidão marcaram a jornada pelas águas. A devota baiana Dilza Sousa do Espírito Santo, 86 anos, emocionou-se ao relembrar sua relação com o santo. "Sou amante de Santo Antônio desde os 15 anos. Tudo que peço, ele me faz. Passei por três AVCs (acidentes vasculares cerebrais) e continuo andando, graças a ele", revelou, entre lágrimas. Sua filha, Denise Sousa, contou que a procissão ao lado da mãe foi um presente. "Brasília nos acolheu. Hoje (ontem), estamos encantadas nesse barco, sobre essas águas abençoadas. Não poderia estar mais feliz", afirmou.
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O capitão dos Portos de Brasília, Wanderson Morais Ramos, falou sobre o papel da corporação. "É uma grata surpresa participar desse primeiro evento. Incentivamos o uso do Lago Paranoá com segurança e responsabilidade. A imagem foi conduzida em uma embarcação de apoio usada para treinamento. Outras lanchas puderam acompanhar, com orientação para manter distância segura entre elas", explicou.
Após desembarcar no Clube Naval, foi realizada uma missa, reunindo devotos em um ambiente de comunhão religiosa. Além disso, houve a bênção das embarcações presentes, como parte do encerramento da procissão.
Foi a primeira vez que a imagem, pertencente ao seu próprio acervo do santuário, participou de um ato litúrgico no Lago Paranoá. A expectativa é de que a procissão fluvial se torne parte do calendário anual de atividades religiosas da comunidade.
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