
As oportunidades no setor de tecnologia no Distrito Federal foram o destaque do CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília. Aos jornalistas Carlos Alexandre e Jaqueline Fonseca, o presidente do Sindicato das Indústrias da Informação do Distrito Federal (Sinfor-DF), Carlos Jacobino, classificou o DF como um polo gerador de tecnologia e falou sobre o impacto que o setor tem no PIB da capital. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista.
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Podemos dizer que Brasília é um mercado atraente para se investir em tecnologia?
Não tenha dúvida. Recentemente, saiu uma pesquisa destacando Brasília como a melhor capital do mundo para nômades digitais. É considerada um espaço super propício para quem quer viver e produzir aqui, independentemente se você vai trabalhar no Brasil ou no exterior. E esse contexto, de uma cidade que tem boa qualidade de vida, boas universidades, um conjunto de fatores de atratividade, cria muitas conexões. Atualmente, temos a Fundação de Apoio à Pesquisa, a FAP, com muitos projetos, como o Start BSB, com programas de enriquecimento do ecossistema que envolvem todas as etapas de uma startup, desde a ideação até a consolidação no mercado. Temos um espaço muito atraente. Brasília é um espaço que combina com tecnologia.
Como Brasília se situa no mercado de TI a nível nacional?
Nosso ecossistema de ciência, tecnologia e inovação é muito forte, não só no DF como em outros países. Temos startups que exportam tecnologia para várias nações, empresas que prestam serviço nacional e internacionalmente, tecnologias que são desenvolvidas aqui e utilizadas em vários estados e em empresas privadas. Tudo isso com tecnologia, pesquisa e desenvolvimento local.
O que pode nos contar sobre o Brasília Mais TI?
Como atração principal desse ano, convidamos a Deborah Lynch-Smith, CEO da Agência Norte-Americana de Competitividade. Ela vem para falar sobre como a tecnologia, a inovação e a inteligência artificial têm afetado a competitividade dos países. Teremos algumas palestras mais técnicas com grandes nomes. Na edição de 2024, foram mais de 60 palestrantes e cerca de R$ 100 milhões em negócios gerados, mas este será bem maior. Aumentamos as áreas de exposição, o número de palestras, de painéis e de atrações. Em 2025, tivemos inscrições de todos os estados, a primeira vez que isso acontece. Serão três dias de evento, de 19 a 21 de agosto. Tem uma área específica para o público teen com arena gamer, atividade de economia criativa e palestras. Além disso, teremos um campeonato de robótica para alunos da rede pública.
Qual o objetivo desse espaço específico para o público mais jovem?
Trazer mais jovens e estudantes para a tecnologia. Isso torna o nosso terreno muito fértil. Esses jovens serão futuros empreendedores, abrirão startups, vão trabalhar, abrir empresas e se conectar com as universidades. O espaço maker, por exemplo, será conduzido pela Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Católica também participará do evento. Os estudantes terão a oportunidade de se conectar com as empresas e muitos podem sair de lá com um emprego ou, pelo menos, com conexões para o emprego.
Qual sua opinião sobre a regulação do uso da inteligência artificial nas redes sociais?
Entendemos que é fundamental termos um ambiente saudável e equilibrado de regulação da inteligência artificial. Em especial da aplicação nas redes sociais.Temos, por exemplo, o vídeo do Felca que viralizou com mais de 30 milhões de visualizações, contando um pouco do que tem acontecido, e realmente é preocupante. As big techs têm um papel importantíssimo em impedir que determinados conteúdos sejam veiculados. Atualmente, conseguimos aplicar a visão computacional para a leitura do próprio arquivo. No processamento do arquivo, eu consigo extrair o que foi dito, o que foi mostrado, sem a necessidade de curadoria humana para isso, e conseguimos denunciar também.
Qual é a dificuldade de aplicar isso na rede social?
Em tese, não precisaríamos de uma legislação nova. Existem leis que preveem questões como pedofilia e racismo. Existe um marco legal da internet que fala de muitas coisas que não podem acontecer. A grande questão é que as pessoas têm uma sensação de impunidade e acham que a internet é um ambiente de ninguém, onde elas podem falar, escrever e postar o que querem. Não podemos fugir dessa discussão.
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