Entrevista

Presidente da Abrasel alerta para necessidade de ajuste no Simples

Ao CB.Poder, Paulo Solmucci Júnior disse que há mais de um milhão de empresas que operam dentro do Simples e, se crescerem um pouco, o imposto fica impagável

Paulo Solmucci em entrevista ao CB.Poder -  (crédito:  Bruna Gaston CB/DA Press)
Paulo Solmucci em entrevista ao CB.Poder - (crédito: Bruna Gaston CB/DA Press)

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci Júnior, falou ao CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — desta quarta-feira (13/08) sobre o encontro nacional promovido pela entidade para players do setor. Além disso, abordou a reforma tributária, que definiu como “esperança para o setor”. Aos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Jaqueline Fonseca, Solmucci comentou ainda sobre as iniciativas para englobar mais empresas de delivery.

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O Congresso Abrasel — que vai até esta quinta-feira (14/08) — oferece painéis e debates sobre bares e restaurantes de todo o Brasil. Solmucci afirmou que o evento tem grande importância para o setor que está passando por transformações. “Os restaurantes estão mais tecnológicos que muitas empresas. Até para operar um forno é integrado a um sistema de computador. A ideia do Congresso é oferecer e promover essas trocas de saberes para contribuir com o conhecimento coletivo”, afirmou. 

O presidente da Abrasel também destacou pontos positivos conquistados pelo setor nos últimos anos, tais como desconto de 40% na alíquota, retirada de tributos de gorjeta e delivery — que não eram administrados pela associação. “Estamos esperançosos com essas mudanças. Vivemos de uma forma muito incerta, as regras não possuem estabilidade”, explicou. 

A entrevista também abordou o Simples, que, conforme o dirigente, precisa ser adequado para evitar cobranças tributárias mais altas. “Temos mais de um milhão de empresas que operam dentro do Simples. Se elas crescerem um pouquinho, o imposto fica impagável. Queremos trabalhar em uma solução para permitir que essas empresas cresçam”, enfatizou. Essa taxa de operação do Simples não é ajustada há nove anos, o que, segundo Solmucci, apresenta riscos para o desenvolvimento do setor. 

Uma das novas configurações do setor é a opção de delivery, que se consolidou durante a pandemia. Um dos problemas dessa alternativa é o que Solmucci definiu como “quase monopólio de um único player”. “É uma participação muito grande de uma única empresa. Fizemos algumas ações para acabar com essa exclusividade, fizemos uma linguagem mais simples para facilitar a entrada de novas empresas”, disse. 

Para ele, essa medida apresenta resultados positivos, com empresas de diferentes partes do mundo se interessando em quebrar o monopólio. “Estamos voltando a ter uma concorrência muito saudável. Por exemplo, temos duas marcas chinesas que estão chegando e também outras marcas que estão investindo na diminuição de taxas para atrair clientes”, complementou.

*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso

 

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postado em 13/08/2025 18:11 / atualizado em 13/08/2025 18:13
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