
Um novo campus, o uso da inteligência artificial e os avanços no ensino a distância foram alguns dos temas destacados pelo professor Carlos Longo, reitor da Universidade Católica de Brasília (UCB), durante o Podcast do Correio desta sexta-feira (15/8). A conversa foi conduzida pelas jornalistas Mariana Niederauer e Sibele Negromonte.
Longo revelou os planos para a instalação de um novo campus na Asa Sul e reforçou a necessidade de ampliar a presença da instituição. “A Católica, hoje, tem cerca de 24 mil alunos. Percebemos a necessidade de voltar para o Plano Piloto e oferecer nossos serviços educacionais aqui. Vamos para a Asa Sul, com cerca de 30 a 40 salas, oferecendo cursos majoritariamente nas áreas de TI e saúde. Teremos aulas pela manhã e à tarde, voltadas a um público específico, e, à noite, cursos no formato semipresencial. Nosso projeto é que, em cinco anos, o campus atenda a aproximadamente 6 mil alunos. A inauguração deve ocorrer no próximo ano e estamos fazendo de tudo para começar em março”, afirmou o reitor.
Ele explicou que a expansão foi planejada com base em estudos sobre o perfil dos alunos.“Realizamos uma pesquisa com mais de 3,8 mil estudantes para traçar um perfil demográfico, social e até aspiracional. Os cursos matutinos e vespertinos atendem, em geral, jovens recém-saídos do ensino médio, ou com até um ano de tentativa anterior de ingresso. Já os cursos noturnos são voltados para estudantes que trabalham e precisam de mais flexibilidade”, disse.
Sobre o uso de inteligência artificial, Longo contou que a ferramenta está em fase avançada de implementação. “Estamos implantando uma IA que ficou seis meses em teste com nossos alunos. Ela não substitui o professor, mas oferece suporte no ensino individualizado, funcionando 24 horas por dia, sete dias por semana. Responde a qualquer dúvida dentro do conteúdo. Carinhosamente, chamamos essa IA de ‘M’. O aluno acessa a M, e ela explica o que for necessário.”
- Fundo Constitucional do DF: entenda o impacto dos cortes na educação
- Educação em crise: GDF, Justiça e sindicato travam batalha sobre greve
- "A educação não se restringe aos muros das escolas", afirma professor
O reitor comentou sobre o novo marco regulatório do ensino a distância (EAD), que reforça critérios como qualidade, avaliação institucional e obrigatoriedade de práticas presenciais em determinados cursos. “Esse marco regulatório está alinhado à nossa proposta de valor para o estudante. Hoje, cerca de 45% dos alunos da Católica estão no EAD e no semipresencial, e 55% no presencial. Com a mudança, conseguimos aprimorar a comunicação e a proposta acadêmica. Agora, o EAD pode ter três formatos: totalmente a distância, com até 10% de atividades presenciais; semipresencial para licenciaturas, com 30% de aulas presenciais e até 20% de interação; e semipresencial para saúde e engenharias, com 40% de atividades presenciais e até 10% de interação.”
Ele reforçou que estudar a distância não significa facilidade. “O primeiro mito é achar que o EAD é mais fácil. Na verdade, exige mais organização e maturidade. Outro engano é pensar que, em cursos como fisioterapia, o aluno não terá práticas presenciais. É obrigatório fazer anatomia no laboratório e aprender a tratar pacientes na clínica. As disciplinas teóricas são on-line, mas as práticas são presenciais, com a mesma carga horária e atividades do curso tradicional. O aluno lê textos, faz atividades de fixação, assiste a videoaulas, realiza provas, e tudo o que é prático é idêntico ao presencial.”
Saiba Mais
Cidades DF
Cidades DF
Cidades DF
Cidades DF