Uma manifestação mobilizou cerca de 200 moradores na QNF de Vicente Pires, contra a instalação de um albergue para pessoas em situação de rua na Colônia Agrícola Samambaia. Segundo o grupo, que levantou faixas com dizeres de "albergue aqui não", a decisão de abrir uma casa de acolhimento na região foi tomada de forma unilateral e sem discussão com a comunidade. O protesto ocorreu por volta das 19h dessa segunda-feira (4/8).
Os moradores temem que o local sofra com a mesma sensação de insegurança relatada pelos moradores de Taguatinga, devido à instalação de um Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), conforme divulgado nas redes sociais da Associação de Moradores de Vicente Pires (Amovipe).
"O Centro POP foi inaugurado em 2013 para oferecer apoio e serviços básicos à população em situação de rua—como alimentação, higiene, atendimento psicossocial e auxílio para reinserção social. Contudo, desde sua instalação, muitos residentes e lojistas relatam que os problemas de furtos, roubos, vandalismo, atentados ao pudor e até invasões a residências aumentaram notavelmente no entorno do equipamento social", diz a postagem, no Instagram.
Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), acionada para acompanhar a situação, a mobilização ocorreu em frente à residência destinada ao acolhimento. "Durante a ocorrência, foi constatado que a energia do imóvel havia sido interrompida em razão de atos de vandalismo. Apesar da tensão inicial, o protesto transcorreu de forma pacífica, sem registro de incidentes", informa a nota da corporação.
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Ainda de acordo com a PM, ficou acordado que, na manhã desta terça-feira (5), por volta das 9h30, uma reunião será realizada na sede da Administração Regional de Vicente Pires para discutir a possibilidade de realocação da Casa Abrigo para outro endereço.
Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) informou que as novas casas de acolhimento fazem parte da estratégia para expansão de vagas no DF, que teve edital de chamamento público no ano passado com Organização da Sociedade Civil (OSC) vencedora para a execução e possui capacidade para até 50 pessoas.
De acordo com a pasta, o edital previa segmentação por regiões de maior densidade populacional e passou por audiência pública aberta a toda a sociedade, no período do seu lançamento. "Quanto à casa de acolhimento de Vicente Pires, ela seria destinada a adultos em situação de rua. Entretanto, após ouvir a sociedade durante esse processo, a Secretaria, juntamente com a OSC vencedora, vão mudar a modalidade para atendimento a famílias, mulheres e crianças", ressaltou a nota da Sedes.
