
Jornalistas de diferentes partes do mundo e do Brasil acompanham o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus denunciados por tentar dar um golpe de estado em 8 de janeiro de 2023. Reunidos ao lado do Anexo II do Supremo Tribunal Federal (STF), repórteres repercutem a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação.
Segundo a Corte, 501 profissionais da imprensa se credenciaram para cobrir o julgamento que teve início às 9h desta terça-feira (2/9). O STF instalou um telão para que eles pudessem acompanhar tudo em tempo real do lado de fora do prédio.
Concentrados na transmissão do julgamento, os profissionais se acomodam em grandes mesas dispostas em frente ao telão. Além de gravadores, câmeras e microfones, houve quem trouxesse cadeiras de praia para garantir o mínimo de conforto diante da imprevisibilidade dos acontecimentos. Também devido a isso, muitos se prepararam e trouxeram marmitas, biscoitos e iogurtes. Café e água são à vontade.
Veja o vídeo:
Neste primeiro dia, o ex-presidente não compareceu à Corte. Na Esplanada dos Ministérios, grades restringem o acesso ao STF ao Palácio do Planalto; e a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) reforçou o efetivo na região para garantir maior segurança.
O julgamento de Bolsonaro e dos outros sete réus ocorre na Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator do processo), Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino. As sessões foram marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, das 9h às 19h. Nos dias 3 e 10, haverá sessões apenas até as 12h. Se condenado, o ex-chefe do Executivo pode pegar até 39 anos de prisão.
Segurança
A Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF) montou um esquema especial, que inclui operações conjuntas com forças locais e federais, monitoramento em tempo real e reforço do policiamento, em especial nas vias de acesso ao STF, como S1, S2 e L4 Sul. O Protocolo de Ações Integradas (PAI), elaborado pela SSP/DF, define as diretrizes para a atuação das instituições, órgãos e agências envolvidos na segurança. Segundo a pasta, o objetivo é garantir a preservação da ordem, mobilidade e prestação dos serviços públicos durante o período de maior movimentação. As mudanças seguem até o fim do julgamento, previsto para 12 de setembro.
O Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob) e a Polícia Judicial do STF serão responsáveis pelo monitoramento do perímetro da Corte. Equipamentos de última geração, como drones com câmeras térmicas, permitirão varreduras diurnas e noturnas, capazes de identificar movimentações suspeitas. Também foi instalada a Célula Presencial Integrada de Inteligência, vinculada à Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (Dpcev), na sede da SSP/DF. O espaço reúne mais de 20 órgãos locais e federais de segurança — para agilizar o compartilhamento de informações, reduzir o tempo de resposta e intensificar ações preventivas — e foi criado após uma tentativa de ataque à bomba ao STF, em novembro do ano passado.
O acesso ao prédio do STF será controlado com uso de detectores de metais e cães da polícia farão a varredura nos arredores. A segurança interna dos ministros e das instalações do Supremo seguirá sob responsabilidade da Polícia Judicial do STF.
Mariana Morais
Política