
A tarde desta quarta-feira (17/9) foi marcada por comoção e homenagens no Cemitério Campo da Esperança. Cerca de 200 pessoas compareceram para se despedir de Luiz Henrique Soares Lima, o Pil Popsonic, músico e fundador da banda Lucy and the Popsonics, que faleceu no último domingo (14/9), aos 44 anos, em casa, cercado pela família. Pil lutava contra um câncer e deixa a esposa Fernanda Maia, 43, e a filha Olga, de 10 anos.
Figura inquieta e criativa da cena cultural brasiliense, Pil, também conhecido por sua atuação em projetos como Verdurão Camisetas e Negro Blue foi lembrado por amigos, familiares e fãs como um artista inovador. A cerimônia foi repleta de emoção.
- Leia também: O duo brasiliense de indie rock Lucy and The Popsonics prepara álbum produzido por John Ulhoa
“Ele fez história. Ele deixa no mundo liberdade, amizade e companheirismo. Ele viveu 100 vidas em uma”, disse Fernanda Maia, sua parceira na vida e na música. “A gente se conheceu há 26 anos e estamos casados há 16. Tínhamos uma banda de rock. Depois, montamos o Lucy and the Popsonics, começamos a tocar, viajar e conhecemos o mundo. Me ensinou a fazer aquilo que tenho na cabeça e colocar em prática”, completou emocionada.
Formado em 2005 por Pil e Fernanda, então namorados, o Lucy and the Popsonics surgiu com uma proposta ousada, ganhando notoriedade com seu estilo diferente, pois uma de suas marcas era a "baterista" eletrônica chamada Lucy, que permaneceu como parte dos shows mesmo após a entrada do baterista humano, Beto Cavani.
“Eu achei espetacular o projeto deles. Ficava de cara com a conexão que tinham com o público jovem. Uma das coisas que eu mais me orgulho é ter tocado com eles”, disse Cavani.
Além da música, Pil também foi reconhecido por sua atuação na moda independente, influenciando estéticas em uma geração de artistas do DF.
- Leia também: Com licença...
“Eu fiquei muito animado com o trabalho deles. Então, ajudei a produzir o primeiro disco. Fui acompanhando o trabalho ao longo dos anos. O Pil era muito espirituoso, com um ótimo senso de estética e música. Ele deixou muitas heranças, interferindo na moda e na música. Era um talento plural e uma figura singular”, destacou o professor de artes Cláudio Bull, 55, que acompanhou a trajetória do casal desde o início.
O produtor cultural Marcos Pinheiro, 58, reforçou a importância de Pil na cena alternativa brasiliense. “Pil e Fernanda fazem parte desse núcleo de amizade de artistas que produziam. Tinha muita criatividade no trabalho deles, música eletrônica misturada com rock”.
As redes sociais também foram tomadas por manifestações de carinho. Em meio às homenagens, internautas lembraram o legado de Pil com emoção. “O Pil era um cara suave que conquistava a gente com o seu jeito sereno e espirituoso. Vai fazer falta! Força pra você e pra Olga”, escreveu um usuário.
“Doce, criativo, inteligente, amigável, só vão ficar adjetivos maravilhosos pra lembrar desse cara. Saudades. Força pra Fernanda e Olga”, comentou outro seguidor.
Após as despedidas no Cemitério Campo da Esperança, o corpo de Pil foi cremado. Seu legado, no entanto, permanece vivo nos discos, nas ideias e na energia de uma geração que aprendeu com ele o que é criar e fazer.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Saiba Mais
Cidades DF
Cidades DF
Cidades DF
Cidades DF
Cidades DF
Cidades DF