Pela primeira vez, o número de crianças obesas superou o de crianças desnutridas no mundo, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A principal causa é a substituição da alimentação tradicional por produtos ultraprocessados, que são mais baratos, porém extremamente calóricos e pobres em nutrientes. Para explicar esse fenômeno e alertar os pais, a nutricionista e professora do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Camila Lima, participou do programa CB.Saúde — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília — nesta quinta-feira (11/9).
De acordo com a especialista, na hora de montar uma lancheira saudável, a dica é olhar a lista de ingredientes e desconfiar de rótulos muito complexos. “Se você não entende o que está lendo no rótulo, é melhor não comprar. E uma dica fácil: evite produtos com ingredientes terminados em ‘ante’, como aromatizante, antiumectante, conservante. Essa é a dica mais fácil para conseguirmos tomar decisões mais adequadas”, recomendou.
A especialista também defende a rotulagem nutricional clara e da educação alimentar desde a infância. “Tem muita gente que nem sabe o que é a rotulagem frontal. Isso precisa ser ensinado nas escolas, nos postos de saúde, nas igrejas e nos centros comunitários. Só assim conseguiremos promover mudanças reais nos hábitos alimentares da população”.
Segundo Camila Lima, os padrões alimentares mudaram drasticamente. “Esses produtos passam por um nível tão alto de processamento que nem podem ser chamados de alimentos. São produtos alimentícios. O milho vira um salgadinho e perde todo o valor nutricional”.
Além do impacto físico, a má alimentação também compromete o desenvolvimento cognitivo. Camila alerta que a falta de nutrientes na primeira infância pode afetar até mesmo as habilidades sociais no futuro.
"Quando a criança não recebe uma alimentação adequada nos primeiros anos de vida, isso se reflete no desenvolvimento intelectual, no aprendizado e até na forma como ela se relaciona socialmente”, disse.
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