
O oncologista Anderson Silvestrini, do Hospital DF Star, da Rede D’Or, e vice-presidente do Conselho Científico da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), destacou, nesta quarta-feira (1º/10), a importância do rastreamento como estratégia fundamental para detectar casos de câncer em estágios iniciais.
Silvestrini foi um dos palestrantes da terceira edição do CB Debate — Câncer de Mama: uma rede de cuidados, realizada no auditório do Correio Braziliense. Para ele, o evento simboliza o início de um mês de mobilização. “A gente abre com chave de ouro, discutindo acessibilidade para o diagnóstico precoce e melhores práticas para aumentar as taxas de cura e sobrevida das pacientes”, afirmou.
De acordo com ele, a mamografia de rastreamento é essencial, pois permite identificar lesões que ainda não são palpáveis. "Quando diagnosticamos cedo, aumentamos muito a taxa de cura”, explicou. Silvestrini ressaltou que cerca de 30% dos diagnósticos no Brasil ocorrem antes dos 40 anos e que mulheres devem estar atentas a qualquer alteração no corpo, buscando avaliação médica sempre que necessário.
O oncologista também alertou para a influência do fator hereditário em parte dos casos. “Entre 10% e 15% dos cânceres de mama têm um componente genético. É importante investigar mutações em famílias onde há recorrência da doença ou de outros tumores. Nesses grupos, a avaliação molecular e genética pode ser decisiva para orientar a prevenção e o tratamento”, ressaltou.
Na visão do médico, a saúde pública brasileira enfrenta entraves significativos no acesso aos exames e ao diagnóstico precoce. “O rastreamento garante detecção em fases iniciais, quando a taxa de cura é maior e o tratamento tem menor custo. Quanto mais avançada a doença, mais tecnologias precisamos usar, o que encarece e dificulta o cuidado. Garantir acesso é fundamental”, completou.
O Outubro Rosa é um movimento mundial de conscientização sobre o câncer de mama. Mais do que um símbolo, a campanha promove informação, prevenção, diagnóstico precoce e cuidado integral, incentivando políticas públicas e o engajamento da sociedade para reduzir os impactos da doença.
*Estagiária sob a supervisão de Eduardo Pinho
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