
O ex-secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal Bartolomeu Rodrigues anunciou nesta sexta-feira (24/10) sua saída do cargo de chefia na Assessoria Institucional do GDF. Em uma nota intitulada “carta aberta para Brasília”, ele afirmou que a decisão é um “imperativo ético” diante da sanção da lei, assinada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), que institui o Dia da Memória das Vítimas do Comunismo, a ser comemorado anualmente em 4 de junho. A norma foi publicada no Diário Oficial do DF na última segunda-feira (20/10).
No texto, Bartolomeu classifica a norma como “abjecta” e uma “tentativa de revisionismo” que “reabre feridas e cria fantasmas onde não existem”. O ex-secretário relembra o assassinato do jornalista Vladimir Herzog e o desaparecimento do estudante Honestino Guimarães, ambos vítimas da ditadura militar, para criticar o teor da legislação.
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“Ver hoje o Distrito Federal, a capital da esperança sonhada por Juscelino (este também cassado de seus direitos políticos pela ditadura), adotar tal dispositivo é uma agressão à memória de JK, de Oscar Niemeyer, de Darcy Ribeiro e de todos os que se sacrificaram na luta contra o arbítrio. Representa ceder, a qualquer custo, às mentes mais retrógradas de uma página sombria de nossa história”, registrou.
Ele afirma que deixa o governo, mas não a luta. “Enquanto tiver voz, lutarei para que se revogue esta infame lei, em nome das verdadeiras vítimas – aquelas que tombaram sob as botas da ditadura – e em nome da consciência que não me deixa calar”, finalizou.

Cidades DF
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