
O Banco de Brasília (BRB) irá solicitar à Justiça autorização para atuar como assistente de acusação no processo relacionado à operação com o banco Master. A decisão foi deliberada e aprovada pelo Conselho de Administração (Consad) nesta sexta-feira (28/11) e informada neste sábado (29). A solicitação vem após o escândalo da investigação de um esquema de fraudes envolvendo o Master.
Na semana passada, a Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal, prendeu Daniel Vorcaro, dono do banco Master, enquanto tentava embarcar em um jatinho rumo ao exterior. A investigação atinge diretamente o BRB — o banco público do DF adquiriu R$ 12,2 bilhões em títulos inexistentes do Master. A operação foi classificada como temerária pelo Banco Central.
No início do ano, o BRB já havia tentado adquirir o controle do Master por cerca de R$ 2 bilhões, mas teve a operação vetada pelo BC em setembro, por risco de incorporar ativos problemáticos que comprometeriam a saúde financeira do banco brasiliense. A investigação levou ao afastamento de Paulo Henrique da presidência do BRB por 60 dias, por decisão da Justiça Federal. Posteriormente, ele foi demitido por Ibaneis Rocha.
Agora, o Banco Central tem 20 dias para concluir uma auditoria das operações realizadas pelo BRB em 2025 e 60 dias para examinar as transações de 2024. Serão analisadas operações com indícios de fraude envolvendo o Banco Master, ativos oferecidos como garantia e outras eventuais irregularidades que venham a ser identificadas durante o processo.
Em comunicado à imprensa, o BRB afirmou que “todo o processo de substituição de carteiras e adição de garantias, prática prevista em contrato, foi reportado e acompanhado pelo Banco Central”. O banco público do DF também garantiu que as carteiras atuais seguem o padrão adequado e que a instituição segue colaborando com as autoridades.
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Ainda na sexta-feira, Nelson Souza tomou posse como presidente do BRB, após ser sabatinado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) e aprovado pelo Banco Central na última terça-feira (25/11). O executivo chega ao cargo com o objetivo de conduzir investigações internas, fortalecer a governança e preservar a credibilidade da instituição após a operação. Segundo o governador Ibaneis Rocha, ele terá carta branca para formar a diretoria.

Cidades DF
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