Na manhã desta terça-feira (25/11), a Esplanada dos Ministérios recebeu a Marcha das Mulheres Negras, que reuniu participantes de diversas regiões do país. Entre elas, marcaram presença familiares da feminista e pesquisadora Lélia Gonzalez: seu filho, Rubens Rufino, e sua neta, Melina de Lima — filha de Rubens. Ambos caminharam pela reparação, igualdade racial e de gênero.
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Ao Correio, Rubens explicou que, mesmo sendo homem, considera fundamental estar ao lado das mulheres negras na luta por direitos. “É um grito. É a gente marcando lugar na sociedade brasileira. As mulheres são protagonistas, e as mulheres negras, mais ainda. Temos que apoiar”, afirmou.
Ele participou da marcha acompanhado da filha, e descreveu o momento como especial. “Todos nós somos engajados na causa da nossa raça, da comunidade negra. Estamos levando o legado de minha mãe [Lélia Gonzalez] adiante. É continuar essa luta para que a gente acabe com o racismo e o sexismo.”
Melina de Lima, historiadora e atual Coordenadora de Articulação Interfederativa na Senapir do Ministério da Igualdade Racial, compartilha desse sentimento. Para ela, marchar ao lado do pai foi simbólico. “Costumamos falar muito sobre história, ancestralidade e luta por direitos. Estar com ele ali foi emocionante. Ele sempre foi uma referência de resistência para mim, e caminhar juntos mostrou algo importante: a luta das mulheres negras também passa pelos homens que reconhecem seu papel e marcham conosco. Foi um encontro de gerações e de propósitos.”
Para Melina, que participou da 1ª Marcha das Mulheres Negras, em 2015, participar novamente, reforça seu sentimento de potência e pertencimento enquanto mulher negra. “Estar cercada por tantas mulheres negras, de trajetórias e territórios diversos, nos traz força. A marcha é ato político, mas também espaço de cura, memória e esperança. Caminhar por Brasília com tantas vozes unidas é dizer ao país: estamos aqui, somos muitas e seguimos em movimento.”
Para ela, o movimento destaca que a luta é coletiva e histórica. “Quando nos organizamos, não apenas ocupamos espaços: transformamos esses espaços. A união entre mulheres negras é força política e social que move estruturas, amplia narrativas e exige que o Estado nos reconheça como cidadãs plenas.”
Melina reforça que a igualdade de gênero e raça depende de união, visibilidade e mobilização contínua. “As manifestações importam não apenas pela pressão política, mas pelo fortalecimento emocional e comunitário. A gente se reconhece, se apoia e se inspira. Quando uma mulher negra avança, abre caminhos para muitas outras”, finalizou.
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