
A Polícia Civil (PCDF) procura por dois colombianos envolvidos no homicídio do empresário Carlos Augusto Medeiros, 36 anos, em setembro. A vítima foi assassinada dentro do próprio estabelecimento, em Taguatinga, após ser confundida com outra pessoa.
O alvo dos criminosos seria um homem, também de nacionalidade colombiana, e envolvido em agiotagem. A ordem para o assassinato teria partido de Brahyam Angulo Rendon, 24, responsável por encomendar e dar suporte ao crime a partir da Colômbia; e Bryan Danilo Moreno, 28, encarregado de orientar o atirador e fornecer a arma.
O executor do homicídio teria sido o colombiano Johny Alexander Saldarriaga. As imagens capturadas no dia do crime mostram a ação: Johny chega em uma moto, estaciona e desce de capacete. Em seguida, caminha até o bar, onde Carlos está sentado na área externa. Ele abre fogo contra o empresário e foge.
Rastro
Contra a vítima, não havia passagens pela polícia, tampouco a confirmação de envolvimento com o crime. A partir das informações colhidas ao longo da apuração, a polícia seguiu o rastro do executor, que, no dia do crime, fugiu para Valparaíso (GO).
Na cidade goiana, descobriu-se uma guerra entre dois grupos de agiotas colombianos atuantes da região. “Imagens mostraram o executor frequentando um comércio colombiano local com as mesmas roupas que usava ao efetuar os disparos contra a vítima", detalhou o delegado Thiago Boeing, adjunto da 17ª DP.
Segundo o delegado, Johny veio de São Paulo. Ele teve a prisão decretada pelo Tribunal do Júri de Taguatinga. Em 31 de outubro, foi capturado em Fortaleza.
A prisão do atirador levou os investigadores a descobriram que o empresário não era o verdadeiro alvo dos criminosos. Brahyam e Bryan, os mandantes, seguem foragidos. A PCDF pede para que, quem tiver informações acerca dos autores, ligue para o número 197.
Homenagem
Aos 36 anos, Carlos deixou a esposa, Gabriela, e três filhos. Ao Correio, a mulher lamentou a morte do marido e pediu por Justiça. “Estou sem chão desde a data do fato. Vivo dopada de remédios, pois ainda estou incrédula. Ele era um pai de família, provedor, e a vida dele foi arrancada assim, por engano”, desabafou.
O sonho de Carlos era acompanhar o crescimento das três filhas e vê-las se formar. “Minhas pequenas ficaram órfãs do pai e choram todo dia. E eu fiquei sem meu cuidador, companheiro, amigo e amor da minha vida. Foram mais de 23 anos juntos.”
A esposa relembrou a trajetória de vida pesada e árdua levada pelo marido. Carlos começou a trabalhar aos 9 anos com venda de picolé. Morreu, segundo ela, fazendo o que mais amava: trabalhar. “Ele estava sentado naquela hora (dia do crime) porque estava com dor. Mas com ele não tinha tempo ruim. Só queria ver a geladeira cheia.”

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