Audiovisual

Curso gratuito conclui formação com produção de curta-metragem

Alunos do Projeto Erudir finalizam oficinas de audiovisual com curta coletivo que aborda violência contra a mulher no DF

O Projeto Erudir vem ampliando o acesso à formação audiovisual no Distrito Federal ao oferecer oficinas gratuitas para jovens e adultos a partir de 14 anos. Com uma carga horária de 100 horas, realizadas de forma on-line, a iniciativa apresentou aos participantes conteúdos práticos em áreas como roteirização, fotografia, direção, edição e produção de vídeo, com foco na acessibilidade e na qualificação técnica.

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Na etapa final, o projeto avança para a produção coletiva de um curta-metragem em formato de docuficção, desenvolvido de maneira colaborativa pelos alunos que participaram das oficinas. O processo envolve desde a construção do roteiro até as filmagens e a edição, promovendo a troca de experiências e o trabalho em grupo. A proposta também contribui para o fortalecimento da identidade cultural do DF e para o estímulo à economia criativa local.

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Para a participante Maristela Oliveira, o formato gratuito foi decisivo. “Ter acesso a uma formação gratuita, de qualidade, foi uma experiência incrível. Aprendi muitas coisas e pude rever vários assuntos que, por não utilizar sempre, estavam esquecidos. Os professores das oficinas são ótimos e muito acessíveis, sempre aprofundando e respondendo as dúvidas dos alunos”, afirma. Segundo ela, em um cenário em que muitos cursos on-line ainda têm custos elevados, iniciativas como o Erudir ampliam as oportunidades de qualificação profissional. “Dá a chance de qualquer pessoa se qualificar”, completa.

Intitulada “Por Todas Elas”, a obra aborda a violência e o assédio sofridos por mulheres em ambientes de lazer, tendo como eixo central a Lei Distrital nº 7.241/2023, conhecida como Protocolo “Por Todas Elas” ou “Não é Não”. A narrativa acompanha, em uma única noite, a experiência de uma jovem que sofre uma situação de assédio em um bar de Brasília e tem sua trajetória transformada a partir da aplicação do protocolo por uma funcionária do local.

A dramatização se entrelaça com entrevistas reais de especialistas, agentes públicos e mulheres que já vivenciaram situações semelhantes, criando uma narrativa que combina ficção e realidade para refletir sobre prevenção, acolhimento e políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero. De acordo com Juliana Alcântara, social mídia do projeto, o conteúdo propõe uma reflexão urgente. “O documentário traz um tema de extrema importância. Falar sobre segurança de gênero deve ser uma das prioridades para a sociedade”, destaca. 

Ela ressalta que o aumento dos casos de violência contra mulheres evidencia a necessidade de debate e de políticas públicas efetivas. “Saber que existe uma política pública que atua como ferramenta na segurança das mulheres em ambientes como bares, shows, festivais e cinemas dá ao espectador a noção de urgência e prioridade na segurança pública e no acolhimento psicossocial”, avalia.

O curta-metragem será disponibilizado no dia 29 de dezembro no canal do YouTube e na página oficial do Projeto Erudir. A iniciativa é uma realização do Instituto Amigos da Reserva da Biosfera do Cerrado, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.

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