Teatro

Interação trágica marca dramaturgia da peça As crianças, na Caixa

Sob a direção de Rodrigo Portella, 'As crianças' traz no elenco Analu Prestes, Mario Borges e Stela Freitas. A peça ganhou nove prêmios e foi indicada a 25 outras premiações

Cena da peça As crianças:  três personagens em paisagem destruída por acidente nuclear -  (crédito: Divulgação)
Cena da peça As crianças: três personagens em paisagem destruída por acidente nuclear - (crédito: Divulgação)

O Teatro da Caixa Cultural recebe, nesta quarta-feira (3/4) e na quinta-feira (4/4), às 19h,  a peça As crianças, escrita pela premiada dramaturga inglesa Lucy Kirkwood. Sob a direção de Rodrigo Portella, a encenação traz no elenco Analu Prestes, Mario Borges e Stela Freitas. A peça ganhou nove prêmios e foi indicada a 25 outras premiações.

A cena acompanha o casal de físicos aposentados que vive isolado em uma casa improvisada perto do litoral, que foi assolada por um acidente nuclear. Após a ausência de quase 40 anos, uma antiga colega de profissão dos dois moradores chega até o local com uma missão que poderá mudar para sempre a vida do casal. Para complicar as coisas, o marido teve uma relação com essa visitante no passado.

"O espetáculo brasileiro, graças à originalidade do nosso diretor, deixou de lado o realismo da montagem inglesa e investiu em um cenário mais simbólico, com poucos elementos. O resto é complementado pela imaginação do público. Nós também interrompemos a ação e narramos certas passagens, como se estivéssemos contando uma história", conta o ator Mario Borges sobre a adaptação da peça para o Brasil. Ele afirma também que o sucesso da peça ao redor do mundo se dá pelos temas abordados por ela.

A peça tem vários planos e propõe uma série de reflexões. Em dimensão individual, o que está em jogo é a relação do ser humano com a passagem do tempo, as perdas e as conquistas. Enquanto no plano  coletivo, ela lança um debate ético sobre a responsabilidade com o uso dos recursos do planeta e com as gerações futuras. Os temas da peça são muito atuais: a reparação e a redenção, em tempos que suscitam o direcionamento do olhar para as consequências desastrosas da relação entre os humanos e a natureza.

O diretor Rodrigo Portella lembra que a discussão da obra vai além da questão nuclear. "Ela nos provoca a pensar em como usamos os recursos disponíveis. Para mim, a grande pergunta da peça é: salvar as crianças de um futuro catastrófico é um ato de heroísmo ou uma obrigação?", questiona Rodrigo. O texto investe nas particularidades da vida dos três indivíduos, sua relação com os filhos (ou a opção por não os ter), a proximidade da morte, a traição, as omissões, a fantasia e o desejo. Trata-se de um grande desastre a espelhar os pequenos desastres de três vidas.

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco

Serviço


As crianças

Nesta quarta-feira (3/4) e quinta-feira (4/4), às 19h, no Teatro Caixa Cultural (SBS Q.4 - Lotes 3/4 Asa Sul). Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou no site da Bilheteria Cultural. A meia-entrada custa R$15 e a inteira, R$30

 


Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 03/04/2024 10:51 / atualizado em 03/04/2024 11:05
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação